São Paulo, sexta-feira, 4 de julho de 1997
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PM paulista recua e baixa reivindicação

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

As 11 associações de classe da Polícia Militar de São Paulo decidiram ontem baixar o índice de reivindicação de aumento salarial para viabilizar uma negociação com o governo do Estado.
As entidades pediam um piso salarial de R$ 1.050 para soldados de 2ª classe e R$ 1.200 para os de 1ª classe, chegando a mais de 110% de aumento no primeiro caso. Com a nova proposta, pedem piso de R$ 884,97 para soldados classe 2 (7.887 PMs) e R$ 1.106 para soldados classe 1 com cinco anos de serviço (42.844 PMs)- um aumento total de 77,24%.
"Resolvemos encaminhar uma nova proposta por acharmos que o governo não iria nem conversar", afirmou Wilson de Oliveira Moraes, presidente da Associação de Cabos e Soldados da PM. Na realidade, o recuo das entidades atende sugestão do comando da tropa.
Na segunda, acontece a primeira rodada de negociações entre as entidades policiais e o secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva. O governo ainda não apresentou contraproposta oficial.
Foram mantidas as reivindicações de pisos de R$ 1.154,67 para cabos com cinco anos de serviço, R$ 1.308,50 para terceiros-sargentos com dez anos, R$ 1.500,00 para segundos-sargentos com 14 anos, R$ 1.965,00 para primeiros-sargentos com 20 anos e R$ 2.215,00 para subtenentes com 25 anos. Para oficiais, o pedido é de 25%.
"Nós estamos cedendo, mas, se o governo não quiser aceitar, não sabemos o que fazer", disse Moraes. De acordo com eles, agora, as entidades só aceitam reajuste integral. "Estamos cedendo para evitar clima de enfrentamento, mas não podemos esquecer que os soldados estão passando fome."
Apesar do recuo da PM, a Polícia Civil manteve a proposta de 88,68% de reajuste salarial e o estado de greve. "Admitimos a hipótese de negociar, mas ceder não", disse Lourival Carneiro, presidente do sindicato dos investigadores.
Para Bismael Batista de Moraes, presidente da associação de delegados, a Polícia Civil está numa de suas piores crises salariais. Ele é contra a greve, mas acha difícil convencer os escalões inferiores.

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