São Paulo, sexta-feira, 4 de julho de 1997
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Preso PM suspeito de matar comerciante

DA SUCURSAL DO RIO

Um policial militar foi preso e outros cinco estão sendo investigados pela suspeita de participação no assassinato do comerciante Armando de Pinho Tavares, dono do bar Bracarense (Leblon, zona sul do Rio).
Sargento do 23º BPM (Batalhão de Polícia Militar), no Leblon, Enéas da Silva Barbosa foi preso anteontem. Ele teve a prisão de 30 dias decretada pelo juiz Murilo Kieling, do 3º Tribunal do Júri.
Ao delegado Jorge Serra, da Superintendência Geral de Crimes Contra a Vida da Polícia Civil, e ao comandante do 23º BPM, coronel Francisco Araújo, o sargento disse não estar envolvido na morte do comerciante.
Barbosa admitiu que participava de um esquema de segurança clandestina no Leblon. Ele disse que, na madrugada do crime, estava na Baixada Fluminense (região na periferia do Rio), com amigos.
O comandante do 23º BPM afirmou que o álibi apresentado pelo sargento está sendo investigado pela PM (Polícia Militar).
Barbosa foi considerado suspeito a partir da divulgação do retrato falado do assassino do comerciante. O sargento seria parecido com o rosto desenhado.
Além da semelhança, Barbosa é conhecido no Leblon por chefiar um grupo que oferece segurança a comerciantes. Ele também é dono de uma Parati azul-marinho, que teria sido vista por uma testemunha no local do crime.
Tavares foi morto na semana passada, em Botafogo (zona sul). Ele levou três tiros na cabeça.
Segundo o coronel Araújo, a polícia investiga a existência de um grupo de PMs do 23º BPM envolvidos em extorsões contra comerciantes do Leblon.
Para os investigadores, o grupo seria o responsável pela morte de Tavares, que teria se recusado a pagar o exigido pelos policiais.
A Folha apurou que cinco PMs do batalhão do Leblon estão sob suspeita. Um deles, soldado da corporação, chegou a ser detido anteontem. Segundo o coronel, o soldado foi solto porque os investigadores concluíram que ele não estava envolvido no crime.

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