São Paulo, sexta-feira, 4 de julho de 1997
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Funcionários da Renault vão receber 2 anos sem trabalhar

MARTA AVANCINI
DE PARIS

Sindicalistas e diretores da montadora Renault chegaram ontem a um acordo sobre o plano social a ser implantado após o fechamento da unidade da empresa em Vilvorde (Bélgica).
O acordo, que será submetido hoje à aprovação dos empregados da fábrica, põe fim a uma polêmica iniciada há cinco meses, quando a Renault anunciou o fechamento da unidade.
Pelo acordo, a fábrica encerra suas atividades em dezembro deste ano (e não no final de julho, como previsto) e nenhum dos cerca dos 3.100 funcionários será demitido imediatamente.
Foram propostas duas soluções para evitar 2.700 demissões: cerca de 600 funcionários vão se aposentar e o restante vai ficar em "demissão técnica" durante dois anos.
A empresa também se comprometeu a criar 400 empregos na própria unidade de Vilvorde, por meio de um processo de reindustrialização.
A "demissão técnica" significa que os funcionários vão continuar a receber uma ajuda de custo que corresponde a 90% de seu salário durante dois anos. A intenção é criar condições para que eles possam procurar um novo emprego.
O custo do programa está estimado em aproximadamente US$ 36 milhões. O governo belga deve arcar com até 60% desse total.
Não houve acordo, porém, sobre as condições em que serão criados os 400 empregos.
O anúncio de fechamento da fábrica suscitou um movimento em defesa do emprego e de um modelo econômico que priorize o social.
Em março, foi realizada uma passeata que levou 70 mil pessoas às ruas de Vilvorde, que ficou conhecida como a primeira manifestação européia pelo emprego e um novo modelo social por ter reunido representantes de três países -Bélgica, França e Alemanha.

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