São Paulo, sexta-feira, 4 de julho de 1997 |
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CD dá pouco barato
LUIZ ANTÔNIO RYFF
Em seu segundo disco, como no primeiro, o Planet Hemp faz sua mistura particular e eficiente de "rap-rock'n'roll-psicodelia-hardcore-e-ragga", como eles próprios definem. O CD é bem amarrado e conta com bons momentos. É o caso da recriação da antiga "Nega do Cabelo Duro", de "Zerovinteum" -que abre o disco-, ou da instrumental "Biruta". Mas o melhor exemplo talvez seja "Queimando Tudo" -escolhida justamente como música de trabalho do álbum, que já rendeu um belo clipe. A música tem um groove poderoso com uma linha de baixo pulsante que dá vontade de sair dançando. Mas "Queimando Tudo" já evidencia o principal problema do Planet Hemp. Com o disco, a banda comprova que é capaz de fazer um som legal, mas é panfletário "até a última ponta" -mesmo que estejam queimando menos nesse CD. As três músicas que falam de maconha são, obviamente, uma opção política da banda. Desse jeito, o som desse álbum -que apresenta uma evolução em relação ao disco anterior do Planet Hemp, "Usuário", é quase adereço. Vacilo do pessoal. Trincheira no gueto Embora abram um pouco a temática -falando de problemas sociais-, com o novo disco eles acabam fazendo trincheira no gueto. E ficam lá atirando as mesmas balas para os mesmos alvos. Eles gostam de apertar unzinho? OK! E eu com isso? Em vez de driblar o estigma, o grupo assume de vez o rótulo de banda da maconha. E o caminho escolhido é o mais óbvio -e também o mais infantil e o mais restritivo. Embora essa opção garanta ao Planet Hemp um razoável espaço na mídia e nas páginas policiais. Mas, desse jeito, é muita fumaça e pouco barato. Disco: Os Cães Ladram mas a Caravana Não Pára Grupo: Planet Hemp Lançamento: Chaos/Sony Quanto: R$ 18, em média Texto Anterior: Quanta fumaça! Próximo Texto: k.d. faz antimanifesto Índice |
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