São Paulo, domingo, 6 de julho de 1997
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Árabes têm 'machismo político'

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Se o machismo pode ser medido pela exclusão das mulheres de qualquer instância de decisão, da política aos cargos mais altos do mercado de trabalho, então os países árabes (e/ou muçulmanos) são os mais machistas do planeta.
Na média, as mulheres só ocupam 3% das vagas parlamentares nos Estados árabes. No sul da Ásia, segunda região com menor participação feminina, a taxa é o dobro: 6,9%. No mundo, a média é 12,9%.
Em cargos executivos, o desempenho das nações onde predomina o islamismo é um pouco melhor, mas ainda está bem abaixo da média mundial. As mulheres só ocupam 9,1% dessas vagas de chefia. Nos países industrializados essa participação chega a 27,4%.
"Os Estados árabes excluem totalmente a mulher da sociedade civil", afirma Lena Lavinas, pesquisadora do Ipea e ex-editora da revista "Estudos femininos".
Ela lembra que alguns desses países institucionalizam a mutilação genital das mulheres: "O Egito aprovou recentemente a volta da excisão obrigatória (amputação do clitóris), como manda o Alcorão (livro sagrado do islamismo)".
Oposto dos árabes são as sociedades nórdicas. Os países que ostentam os mais altos Índices de Poder por Gênero (IPG) são do norte da Europa. Pela ordem: Noruega, Suécia, Dinamarca e Finlândia. "Esses países instituíram as cotas para mulheres na política há muitos anos", explica Lena. Na Suécia, 40,4% dos parlamentares são mulheres.
(JRT)

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