São Paulo, domingo, 6 de julho de 1997
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Mundo animal

Do futebol, o esporte campeão dos golpes baixos, ao vale-tudo -onde tudo é permitido, inclusive puxões de cabelo-, a mordida é inadmissível, mas não rara.
No jogo entre Palmeiras e Boca Juniors, na Libertadores da América em 1994, Amaral, que jogava pelo Palmeiras, acusou o argentino Alejandro Victor Mancuso de ter mordido sua orelha direita. "Eu abaixei e ele grudou em cima de mim. Machucou, arrancou até um pedacinho", diz Amaral, 24, que hoje está no Benfica, de Portugal.
"Achei muito esquisito. Agora virou mania. É um tal de um morder a orelha do outro. Eu só mordo a orelha da minha mulher", diz.
Na Argentina, em abril deste ano, um torcedor do Atlético invadiu o campo durante um jogo contra o Huracán de Chabás e arrancou com uma mordida parte da orelha do jogador Federico Oso. Ele deve ter ficado muito traumatizado. Procurado pela Revista, Oso desligou o telefone e xingou a família da repórter.
O jogador Edmundo, do Vasco, não xingou, mas também desligou o telefone na cara da repórter. Na final da Copa América, domingo passado, Edmundo deu um murro no rosto de um jogador da Bolívia, mas o juiz não viu a falta.
O lutador de jiu-jitsu Fábio Gurgel, 27, conta que em janeiro deste ano, no Torneio World Vale-tudo Championship, levou uma mordida no dedo do adversário norte-americano Mark Coleman. "Reclamei com o árbitro, mas ele não considerou a falta e não desclassificou Mark. Depois, ainda tomei uma cabeçada", comenta. A mordida não foi grave, mas ele diz ter a marca até hoje.
Segundo Gurgel, o episódio é pouco comum nesses torneios. "Foi a primeira vez que vi uma mordida em vale-tudo."

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