São Paulo, quarta-feira, 9 de julho de 1997 |
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Reajustes são considerados abusivos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; REPORTAGEM LOCAL Os laboratórios farmacêuticos teriam praticado aumentosabusivos nos preços de 60 medicamentos entre janeiro e junho, de acordo com pesquisa do Conselho Regional de Farmácia do Distrito Federal. A lista preparada pelo CRF-DF compreende 124 itens diferentes desses 60 medicamentos. Desse total de itens, 113 tiveram acréscimo superior à variação da inflação no período (4,12% pelo IPC -Índice de Preços ao Consumidor- da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). O maior aumento verificado pelo CRF-DF foi o do Furosemida, fabricado pelo laboratório Cibran, de 108,99%. O preço saltou de R$ 9,57, em janeiro, para R$ 20, no mês passado. A menor variação apontada foi a do medicamento Isothane, do laboratório Zeneca, de 2,78%. Investigação Segundo Antonio Barbosa da Silva, presidente do CRF-DF, o conselho tomou como base as edições da "Revista da ABCfarma" (Associação Brasileira de Comércio Farmacêutico) para a elaboração da lista. Essa publicação é direcionada aos comerciantes do setor e apresenta os preços praticados pelo fabricante e também o valor máximo de venda do medicamento pelo comércio -com acréscimo de até 42% ao preço de fábrica. A Folha apurou junto à Seae (Secretaria de Acompanhamento Econômico) do Ministério da Fazenda que a prática abusiva de preços pela indústria e pelo comércio farmacêutico está sob investigação. Suspensão A SDE (Secretaria de Direito Econômico), do Ministério da Justiça, suspendeu o processo contra o laboratório Hoechst Marion Rousell, acusado de praticar aumentos abusivos nos preços de alguns de seus medicamentos. A partir de agosto, esses mesmos medicamentos poderão sofrer um reajuste de até 7,5%. São duas alterações de preços em menos de um mês. A Hoechst também se comprometeu a não conceder aumentos injustificados de preços para qualquer de seus produtos até o final deste ano. Libbos ressalta que os atuais preços ao consumidor serão mantidos até 31 de julho. A redução, diz, varia entre 0% e 25%. Discussão continua Ele afirma ainda que o laboratório continuará discutindo com a SDE o aumento nos preços dos medicamentos para que alcancem patamares "justos e necessários", mesmo que em ritmo mais lento que o desejado pela empresa. Segundo Libbos, o acordo não julga o mérito, ou seja, não reconhece abuso no aumento dos preços dos medicamentos. Ele diz que a redução de preços terá "impacto econômico importante" sobre a HMR. De acordo com ele, os concorrentes têm preços superiores. Libbos diz ainda que a Revista da ABCfarma deixou em branco os valores dos remédios da HMR, embora ele tenha enviado correspondência à empresa explicando o processo sofrido pelo laboratório. Os medicamentos que terão seus preços reduzidos em 1º de agosto são: Aderogil D2, Antietano, Benzo-Ginoestril, Calcigenol B12, Coltrax, Descon, Dimetrose, Equilid, Flanax, Fungol, Hidantal, Otosynalar, Plasil, Plasil Enzimático, Rifocina, Synalar, Trinestril Ap e Yatropan. Colaborou a Reportagem Local Texto Anterior: Primeira semana tem déficit de US$ 124 mi Próximo Texto: Siderúrgicas minimizam alta dos preços Índice |
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