São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 1997
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Lucro da Arapuã é maior

MAURICIO ESPOSITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando apostou na especialização e passou a trabalhar apenas com eletrodomésticos e eletroeletrônicos, no final da década de 80, a Arapuã previa que as vendas desse tipo de produto poderiam crescer a qualquer sinal de aumento do poder aquisitivo dos consumidores.
Com o Plano Real e o ganho de poder de compra das classes B e C, a aposta mostrou-se correta.
Em 1996, as vendas da Arapuã dispararam e a receita líquida da empresa chegou a US$ 1,649 bilhão, 71% a mais do que no exercício anterior.
O lucro líquido subiu de US$ 25 milhões para US$ 123 milhões.
A reestruturação da Arapuã, a partir de 1989, foi radical. No final da década de 80, as 340 lojas da Arapuã vendiam 7.500 itens e empregavam 10 mil funcionários.
Hoje, cerca de 700 itens são comercializados em 258 lojas (dados até março deste ano), que empregam 5.700 pessoas.
"Abrimos mão de 25% do nosso faturamento na época, mas preparamos a empresa para crescer", disse o diretor financeiro da Arapuã, Massaru Kashiwagi.
No ano passado, a empresa investiu R$ 56 milhões na abertura de novas lojas e na informatização das antigas, para atender os clientes da forma mais ágil possível.
Até o final do ano, a Arapuã planeja inaugurar 26 novas lojas. Os investimentos previstos chegam a R$ 42 milhões.
O cronograma inicial era abrir 40 novas lojas em 97. A última a ser inaugurada, no mês passado, foi a de Manaus (AM).
O crescimento das vendas em 96 ocorreu também devido à expansão do crédito ao consumidor, de acordo com Kashiwagi.
As vendas financiadas da Arapuã representavam 61% do total em 95, passando para 75% do total no ano passado.
A taxa média mensal de juros caiu no período de 11% para 6% e os planos de pagamento mensais, que eram de até 20 meses, passaram a ser de até 30 meses.
No entanto, apesar dos resultados favoráveis de 1996, não há a expectativa de que o mesmo desempenho se repita neste ano.
"Após dois ou três anos de crescimento, podemos esperar uma acomodação das vendas em 97", afirmou Kashiwagi.
Isso significa que, para crescer neste ano, as grandes redes de varejo vão reduzir seus preços e tentar ganhar mercado dos concorrentes.
A taxa de inadimplência da Arapuã, que em 96 ficou entre 4% e 5%, pode crescer em 97, mesmo com o maior rigor na concessão de crédito, disse Kashiwagi.

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