São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 1997 |
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Empresa paga mais IR com o fim da correção
MARCOS CÉZARI
A conclusão é de especialistas no assunto com base nos balanços feitos neste ano, o primeiro sob a nova sistemática de elaboração das demonstrações financeiras. Para o tributarista Plínio Marafon, da Braga & Marafon Consultores e Advogados, as empresas capitalizadas (as que têm patrimônio líquido maior do que o ativo permanente, ou seja, o capital de giro é positivo) são as que estão pagando mais. Analisando-se a economia sob o aspecto macroeconômico, Marafon diz que, em média, de cada 10 empresas no país, 7 estão capitalizadas e 3, descapitalizadas. Nélio Weiss, diretor da consultoria tributária da Coopers & Lybrand Auditores e Consultores, entende que o fim da correção leva todas as empresas a pagar mais. "É só uma questão de tempo." As capitalizadas sempre vão pagar mais. Motivo: como o patrimônio líquido é superior ao ativo, estarão pagando imposto sobre o próprio patrimônio, diz Weiss. No longo prazo, as menos capitalizadas (as que financiam o ativo com recursos de terceiros) vão pagar mais. Pagam menos agora porque como o ativo não é corrigido, isso gera menor depreciação. Para Roberto Vilela Resende, sócio da KPMG Peat Marwick Auditores e Consultores, "em tese, pode-se dizer que as empresas estão pagando mais imposto". Se a correção permanecesse, Resende diz que pagaria mais a empresa que tivesse lucro inflacionário. Exemplo: ativo de R$ 100, patrimônio líquido de R$ 50. Com inflação de 10%, a empresa teria R$ 5 de lucro inflacionário, pagando mais imposto. Uma empresa com ativo de R$ 50 e patrimônio de R$ 100 pagaria menos. É que com os mesmos 10% de inflação, essa empresa teria despesa inflacionária de R$ 5. Texto Anterior: Ponto Frio renova lojas Próximo Texto: Glossário Índice |
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