São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 1997
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Avião não indicava problema até explosão

DA REPORTAGEM LOCAL

Os tripulantes do Fokker-100 prefixo PT-WHK disseram ontem à Polícia Civil que não haviam detectado nenhum ruído ou problema no avião antes da explosão que abriu um buraco na fuselagem.
Em seus depoimentos, os tripulantes afirmaram que não haviam percebido que algumas poltronas haviam voado para fora do avião, porque várias delas, no fundo da aeronave, saíram do lugar e ficaram amontoadas.
Segundo o delegado Celso Matuck, da Delegacia do Aeroporto de Congonhas, que ouviu os depoimentos de quatro tripulantes, os comissários e aeromoças sequer puderam identificar o barulho como uma explosão.
"Eles descreveram que ouviram um 'barulho seco'. Logo depois o vento dentro do avião mostrava que havia problemas."
Segundo Matuck, toda a tripulação, à exceção da aeromoça Luciana Crispim da Silva, estava na parte da frente do avião no momento da explosão. Luciana foi a única que se feriu.
Segundo o relato dos tripulantes, imediatamente alguns passageiros começaram a se levantar.
A aeromoça Marta Pereira de Oliveira teria então dito, pelo sistema de alto-falantes, que todos permanecessem sentados e com os cintos de segurança apertados.
Segundo o piloto Scarel, o vôo entre São José dos Campos e São Paulo é tão curto que ele nem tinha permitido que os cintos de segurança fossem abertos.
Após o pouso, segundo os depoimentos, os tripulantes notaram um passageiro que havia passado mal e estava deitado no chão do corredor da aeronave. Foi o primeiro a ser medicado. Como havia apenas desmaiado, foi liberado.
O delegado Carlos Antonio Sequeira, da Divisão de Delegacias de Aeroportos, não permitiu que a imprensa tivesse acesso aos depoimentos dos tripulantes e disse que vai investigar a morte de um dos passageiros como "morte a esclarecer".
"Registrar o BO (boletim de ocorrência) como 'homicídio', mesmo culposo, seria loucura. Seria precipitado falar em culpa agora", disse.
O boletim de ocorrência registrado (número 185/97) também investiga "lesões corporais" e "acidente de aeronave".

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