São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 1997
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Clinton faz críticas ao acordo com indústrias de cigarro

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O presidente dos EUA, Bill Clinton, classificou ontem de "totalmente irracional" parte do acordo entre a indústria do fumo e 40 Estados do país que restringe a possibilidade de o governo federal regulamentar o consumo de nicotina.
O acordo, que envolve o pagamento de US$ 368 bilhões pelos produtores de cigarro para compensar vítimas do fumo, tem de ser aprovado pelo Congresso e pelo governo federal para vigir.
A parte que Clinton condenou é a que impede o governo de proibir a nicotina ou impor menores índices em cigarros caso ele não consiga provar que um mercado negro não surgirá em consequência.
"Nós vamos nos negar o direito de proteger 100% de nossas crianças só porque há uns poucos cigarros sendo vendidos no mercado negro?", argumentou Clinton.
O comentário do presidente, que ainda não anunciou a posição oficial do governo em relação ao acordo, foi feito no mesmo dia em que comissão apontada pelo Congresso para examiná-lo divulgou sua opinião contrária a ele.
A comissão, liderada por Everett Koop, ex-"surgeon general" (mais alta autoridade médica dos EUA), se opõe ao item criticado por Clinton e acha a indenização a ser paga pela indústria às vítimas insignificante. O acordo dá aos produtores de cigarro imunidade em relação a processos por perdas e danos que peçam além da quantia fixada a ser paga em 25 anos.
Secretários da Justiça dos Estados que negociaram com a indústria dizem que dificilmente o acordo permanecerá em pé se a cláusula sobre o controle da nicotina pelo governo sofrer alterações.

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