São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 1997
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Cientistas esperam dados sobre a variedade geológica de Marte

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os cientistas da Nasa esperam para hoje dados que permitam analisar a "diversidade geológica" de Marte. Os primeiros dados enviados pelo robô Sojourner, que explora a superfície do planeta, surpreenderam os técnicos por mostrar mais semelhanças entre a composição do planeta e a da Terra do que se esperava.
A análise foi feita a partir de uma rocha batizada de Barnacle Bill. Ontem, os técnicos esperavam as condições necessárias para o Sojourner entrar em contato com uma segunda pedra, batizada de Yogi (referência ao personagem de desenhos animados Yogi Bear, Zé Colméia no Brasil).
"Por meio das fotografias já tiradas pudemos ver que essa rocha é totalmente diferente da Barnacle Bill e provavelmente tem outra composição", disse o cientista Matthew Golombeck.
O Sojourner havia sido programado para analisar a Yogi logo após o pouso, mas as primeiras fotografias mostraram que uma das faces da rocha está situada numa depressão. Essa depressão foi provavelmente formada pelas inundações que se acredita terem atingido a região ou por erupções vulcânicas milhões ou bilhões de anos atrás.
Segundo Golombeck, se o robô tivesse se aventurado até aquela parte da rocha, poderia ter escorregado e batido contra ela, quebrando o painel solar. Se isso acontecesse, ele ficaria sem uma de suas fontes de energia.
Por isso, o Sojourner passou mais tempo fotografando a Yogi para que os cientistas pudessem determinar onde posicionar o espectômetro de raios X, equipamento que analisa as rochas.
Cientistas enviaram instruções ao robô, que informavam onde ele deveria fazer os experimentos -provavelmente no lado que não está voltado para a depressão.
Pesquisadores da Nasa afirmaram que a rocha Barnacle Bill lembra aquelas encontradas nos Andes, na América do Sul. Segundo Hap McSween, da Universidade do Tennessee, ela provavelmente foi formada por atividade vulcânica "porque parece um queijo suíço, e os gases da erupção vulcânica evaporaram, deixando 'bolhas' na rocha". Ele diz, entretanto, que esse padrão também seria encontrado em rochas formadas por impacto de um meteoro. A rocha, diz, não é nativa da área, mas teria sido carregada por uma corrente de água até lá.
A Nasa está preocupada com a poeira marciana, que pode entrar no espectômetro, contaminando os resultados.

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