São Paulo, sábado, 12 de julho de 1997
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Crise faz Brasil 'lucrar', afirma governo

DA SUCURSAL DO RIO

O secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros, disse que a desvalorização cambial de ontem das Filipinas e Indonésia "não muda nada do ponto de vista" do Brasil.
Para Mendonça de Barros, a decisão dos dois governos "certamente não vai alterar política nenhuma" do Brasil. Para ele, o Brasil tem "uma situação que no conjunto é muito melhor do que os casos aí colocados".
"Esses países têm um passivo bancário complicado", disse o secretário e, para ele, esse ponto é mais importante que o câmbio.
O ágio de 341% pago pela concessão da banda B em São Paulo seria, para Mendonça de Barros, a prova que a crise cambial na Ásia não tem influência no Brasil. "Foi um investimento muito pesado."
Para ele, o fluxo de capital estrangeiro realmente pode ser alterado com a crise na Ásia, mas, que essa alteração pode ser favorável ao Brasil. "A entrada (de capital) tem muito a ver com o fato de o mercado ter um certo cansaço de um fluxo pesado de investimentos na Ásia que maturou".
O diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Gustavo Franco, disse ontem que a crise no Sudeste Asiático pode beneficiar a classificação de risco do Brasil.
Isso porque, diz, os países que estão desvalorizando a moeda são concorrentes do Brasil e tinham uma classificação de risco baixa. Assim, o mercado nacional pode ganhar agora mais investimentos.
Franco, por intermédio da assessoria de imprensa do BC, disse que está acontecendo um movimento preventivo nessa região por causa do crescimento súbito da China nos últimos dois anos. Os chineses estão exportando muito e, com isso, estão atraindo capital.
"É muito cedo para fazer análise profunda dessa matéria. As indicações que temos até o momento são de que isso não vai prejudicar a economia brasileira. Poderá até beneficiar o Brasil", disse o ministro do Planejamento, Antonio Kandir.

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