São Paulo, domingo, 13 de julho de 1997
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Oferta deve aumentar com SFI

DA REDAÇÃO

O SFI (Sistema Financeiro Imobiliário) deve modificar radicalmente o panorama dos financiamentos habitacionais no Brasil.
O projeto que cria o SFI já está no Congresso, e o governo espera que seja aprovado até outubro.
O novo sistema deve aumentar a oferta de financiamentos habitacionais no próximos anos, especialmente para a classe média. Estima-se que, em dez anos, o SFI poderá estar financiando a compra de 600 mil imóveis por ano.
Nascido de proposta da Abecip (Associação Brasileira de Empresas de Crédito Imobiliário e Poupança), o SFI é voltado para o público com renda superior a 12 salários mínimos.
Diferentemente do SFH, o SFI não fixa prazos e custos de concessão de financiamento, o que será acertado entre o comprador e o agente financeiro. Poderão ser financiados imóveis residenciais, comerciais e industriais.
As taxas de juros anuais devem ser semelhantes às cobradas no sistema de carteira hipotecária -entre 14% e 15%-, mas espera-se que caiam nos próximos anos até cerca de 10%.
A expectativa é de que o novo programa atraia recursos de investidores estrangeiros, fundos de pensão e seguradoras. Só no Brasil, os fundos de pensão acumulam ativos da ordem de R$ 80 bilhões. Espera-se que parte desses recursos seja destinada para operações com garantia hipotecária.
Inspiração
Inspirado em modelos semelhantes adotados com sucesso nos EUA, Inglaterra e Chile, o SFI tem como uma de suas peças-chave a criação de um mercado secundário de hipotecas.
O projeto permite a criação de companhias securitizadoras imobiliárias, que comprarão os créditos (recebíveis, ou seja a dívida do comprador do imóvel) junto às construtoras para depois transformá-los em títulos, que então serão negociados no mercado de capitais, assim como um CDB (Certificado de Depósito Bancário) ou uma letra de câmbio.
Retomada rápida
Mas a base de todo esse sistema está em outra novidade do programa: a alienação fiduciária.
Por esse mecanismo, o comprador só se torna proprietário do imóvel após a quitação do financiamento. Isso vai agilizar a retomada do imóvel pelo credor em caso de inadimplência.

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