São Paulo, domingo, 13 de julho de 1997 |
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Pesquisas buscam retardar o mal de Alzheimer
JOSÉ REIS
Busca alguma visão unificada que esclareça e simplifique a procura de terapias. O objetivo central da pesquisa sobre a doença de Alzheimer (DA) consiste em identificar os degraus, em sua patogênese, que, se inibidos, possam levar a sua delonga ou mesmo prevenção. Os pacientes de DA desenvolvem determinadas placas "neuríticas", características de regiões do cérebro ligadas à memória e cognição. Essas placas consistem em filamentos de uma proteína chamada beta-amilóide associados a vários elementos nervosos distróficos. Os filamentos são extracelulares. Além disso, vários pacientes exibem diversas outras estruturas patológicas. É fator precoce em todas as formas de DA familiar, mas tem de ser seguido por muitas alterações moleculares e celulares antes de se instalarem lesões nas regiões límbicas e associativas, salienta Selkoe, que terminam em demência. O mesmo especialista afirma haver grande consenso quanto a um precoce mecanismo comum como alvo terapêutico em pelo menos muitas formas de DA. Estabelecida a cascata de eventos que provoca a doença, basta interromper um dos degraus da cascata para impedir a continuação do processo. Dentro dessa ordem de idéias, poderemos estabelecer quatro tipos de tratamento de DA: 1. os inibidores de protease, muito conhecidos e usados; 2. compostos que se liguem à beta-amilóide extracelular; 3. drogas antiinflamatórias cerebrais específicas; 4. fatores, por exemplo, os antioxidantes, que interfiram nos mecanismos de neurotoxicidade deflagrada pela beta-amilóide. Caminho diferente seguiu Mary Sano, da Universidade Columbia, que a revista médica "New England Journal of Medicine" (abril de 1997) relatou o uso duas drogas comuns, que podem produzir efeitos verdadeiramente extraordinários em pacientes de DA de gravidade moderada. São elas a seleginine (remédio comum contra o mal de Parkinson) e a vitamina E, ambos antioxidantes. Os pesquisadores pretendem agora ministrar essas drogas (pode ser usada uma ou outra) a pacientes em fase mais precoce da DA. A esperança é protelar indefinidamente a doença. Em geral, o efeito das drogas (uma ou outra) dura sete meses, durante os quais os pacientes recuperam suas capacidades, ou muitas delas, como vestir-se, manejar dinheiro e outras, que indicam certo grau de independência. Texto Anterior: BIOGRAFIA; DINOSSAUROS Próximo Texto: O Senhor do Saara Índice |
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