São Paulo, domingo, 13 de julho de 1997
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Restos de Che são levados para Cuba

Fidel vai a cerimônia de recepção

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Em um avião da companhia Cubana de Aviación, os restos de Ernesto Che Guevara chegaram ontem a Havana, mais de 30 anos depois de o guerrilheiro ter deixado o país para tentar criar focos revolucionários na África e na América do Sul.
A ossada, identificada como sendo de Guevara no final da semana passada, foi recebida pelo presidente Fidel Castro na base aérea de San Antonio de los Baños, a 30 km do centro da capital.
Fidel e Guevara comandaram a revolução que chegou ao poder em Cuba em 1º de janeiro de 1959 e instaurou o comunismo na ilha. Guevara ocupou cargos importantes no governo, mas depois deixou o país. Foi morto em outubro de 1967 por militares bolivianos.
Seus ossos foram encontrados há poucos dias em uma vala comum na pista de pouso de Vallegrande (região central da Bolívia). Médicos-legistas disseram que não há dúvidas de que uma das ossadas encontradas é do guerrilheiro.
A mesma vala continha ossos de outras seis pessoas, que acompanhavam Che em sua expedição. Restos de outros três guerrilheiros cubanos também foram levados para Havana.
Houve uma cerimônia na base aérea. Além de Fidel, estavam presentes familiares de Che que vivem em Cuba, políticos e colegas dos dois na revolução. Emissoras de rádio e TV do país suspenderam sua programação normal para transmitir a cerimônia.
O diário oficial do regime cubano, o "Granma", anunciou em sua edição de ontem que os restos dos guerrilheiros ficarão até outubro em uma sala nobre do Ministério das Forças Armadas Revolucionárias. A partir de então, serão levados para um mausoléu que está sendo construído em Santa Clara (301 km a leste de Havana).
Foi a partir de Santa Clara que, em dezembro de 1958, Che lançou uma ofensiva considerada decisiva no sucesso da revolução.
As autoridades bolivianas entregaram os restos do argentino dentro de um casaco verde oliva, que aparece em fotografias tiradas após sua morte. O médico cubano Jorge González, que participou da identificação, feita na cidade de Santa Cruz de la Sierra, foi o responsável pelo translado da ossada.

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