São Paulo, domingo, 13 de julho de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Foi bom pra você?
DEBORAH GIANNINI A célebre pergunta não agrada as mulheres e demonstra puro exibicionismoParticiparam deste debate da esq. para a dir., Patrícia Buzzato Amaral, 21, publicitária, Helena Perim Costa, 33, uma das autoras do livro "Procurando Princesas Encontrando Bruxas", Sandra Assumpção, 20, relações-públicas, e Priscila Mello, 23, secretária-executiva. * Revista - O que vocês respondem quando eles perguntam: "Foi bom para você?"? Sandra - Nunca aconteceu, mas falaria a verdade, não iria aguentar. Patrícia - Foi com meu namorado e, como eu já tinha intimidade, respondi a verdade. Ele falou: "E aí foi bom?". Eu respondi: "Já foi melhor". Ele perguntou: "Quando?. O que eu tenho de fazer para melhorar". Aí eu o consolei. Helena - Eu caio na gargalhada e falo: "Já perdi tempo com coisa muito pior". Revista - Quando pergunta, ele quer saber a verdade ou ouvir elogios? Todas - Eles querem ouvir elogios!! Helena - A verdade, ele sabe, por isso acho que não é insegurança, é exibicionismo. É querer forçar um elogio. Priscila - Acho que é insegurança. Patrícia - Tinha um namorado que vivia pedindo uma nota de zero a dez. Eu respondia: "O que você acha?". Helena - Tem um tipo de homem que sabe que não foi bom e não se esforça para ser. Como sabe que não se empenham, quer ouvir que a mulher gostou. Revista - E quando ele não pergunta nada, vocês fazem algum comentário? Helena - Ah, eu faço, se ele der chance e tivermos afinidades. O elogio que vale é esse, que vem espontâneo. Patrícia - Os elogios rolam sempre durante. Muita gente se reprime e acaba não falando nada depois. Priscila - Acho que quando rola e é legal, depois, naturalmente, surge uma conversa descontraída, você dá risada. Helena - Mais legal ainda é você comentar tempos depois. Ele vai falar: "Nossa ela não esqueceu mesmo". Revista - E se não foi bom? Helena - A pior coisa é o homem que exige de você e não dá nada em troca. Você se torna a fornecedora da alegria. Eu acho horrível. Eu falo: "Olha meu filho, pode ter sido muito bom para você, mas para mim foi um horror". Sandra - Ele tem de saber ou vai ser assim a vida inteira. Revista - Qual a pior coisa "depois"? Helena - Se ele dorme, eu durmo também. Levantar e ir embora é horrível. Patrícia - Tem gente que é carinhoso, abraça, continua conversando... Helena - Mas uma hora dorme. Patrícia - Eu tive um namorado que depois falava: "Não encosta a mão em mim, estou com falta de ar, com calor". Helena - No meu livro, os homens reclamaram disso. Eles detestam mulher que depois que transa fica agarrando. Priscila - Tem homens que gostam. Patrícia - E quando ele levanta e vai tomar banho... Que ódio! Patrícia - Tem de dormir abraçado. Patrícia - O pior é quando acaba e ele fala: "Você vai amanhã na festa?" ou "Pagou a conta de luz?". Dá a impressão que não aconteceu nada. Revista - Além do "foi bom", há outras "pérolas" que eles soltam? Helena - Quando, em vez de fazer um elogio sincero e carinhoso, ele faz uma metáfora do tipo "foi uma goleada", "Ronaldinho e Romário estão no chinelo". Eu lá sei como jogam o Ronaldinho e o Romário juntos. Texto Anterior: Gosto caribenho Próximo Texto: Jardim dentro de casa Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |