São Paulo, segunda-feira, 14 de julho de 1997
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Prefeitos pressionam por compensação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo poderá ter que ampliar ainda mais a compensação aos municípios para conseguir votar amanhã, na Câmara, o projeto que prorroga o FEF (Fundo de Estabilização Fiscal) até 1999.
Os dirigentes das associações municipalistas programaram a retomada da agenda de pressão sobre os deputados. Agora, eles passaram a reivindicar a compensação total das perdas provocadas pelo FEF.
"Já consideramos praticamente garantida a compensação de 80%. Agora, queremos que o governo cubra 100% de nossas perdas", disse o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski.
Alternativas
A relatora da matéria, deputada Yeda Crusius (PSDB-RS), afirmou que hoje irá "analisar as alternativas possíveis no governo". Segundo ela, "a pressão dos municípios é crescente".
Na quinta-feira passada, o governo teve de recuar de sua intenção de submeter o projeto à votação. Foi apenas aberta a discussão.
O líder do governo na Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), concluiu que a prorrogação do FEF só poderá ser colocada em votação se houver forte presença de deputados no plenário. A relatora acredita que a votação será mesmo amanhã.
O principal obstáculo é a dissidência nas bancadas dos partidos governistas, principalmente do PMDB e do PPB.
O líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), acha que, mesmo com alta presença em plenário, o projeto poderá ser rejeitado.
Limite
Para a deputada Yeda Crusius, o governo chegou ao limite ao aceitar a compensação de apenas a metade das perdas no segundo semestre deste ano.
Por essa proposta, a compensação subiria a 60% em 98 e chegaria a 80% em 1999, último ano de vigência do FEF.
O líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), disse que o partido continua a defender a proposta do governo.
Flexibilidade
O FEF foi criado em 94, com o nome de Fundo Social de Emergência, como uma solução transitória para o déficit fiscal (gastos do governo maiores que receitas).
Ele garante maior flexibilidade nos gastos do governo, desvinculando 20% das principais verbas federais das destinações obrigatórias previstas na Constituição.
O FEF também retém no governo federal parte das verbas que, obrigatoriamente, deveriam ser repassadas a Estados e municípios. No caso dos municípios, a perda total de receitas é estimada em R$ 1,1 bilhão por ano.

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