São Paulo, segunda-feira, 14 de julho de 1997
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Teste aponta má qualidade em patins

PRISCILA LAMBERT
DA REPORTAGEM LOCAL

Os patins in line (em linha), mania entre crianças e adolescentes, apresentam grande diferença de qualidade entre si.
O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) promoveu um teste com dez marcas de patins comercializadas no Brasil. Metade dos modelos avaliados foi classificada como regular ou ruim. Apenas o Rollerblade Fusion obteve conceito muito bom.
Os testes laboratoriais avaliaram a qualidade e o desempenho das rodas, dos rolamentos, dos freios e a solidez da bota.
A roda ideal deve amortecer os choques com o terreno e ter boa aderência lateral.
Por causa das rodas muito duras, feitas com material de baixa qualidade, as que tiveram pior desempenho nos testes foram as do Speedo Equipment e do Gear CS 323 A3 (veja quadro).
Em relação aos rolamentos, foram conceituados como bons os modelos que possuem a classificação Abec, uma escala internacional que determina a precisão desse equipamento. Mas os rolamentos do Oxygen XE31 e o Rollerblade Spirit, embora não tenham a classificação, também desempenharam bem a função.
No teste dos freios, foi checada a durabilidade das pastilhas. A maioria obteve conceito bom, com exceção ao California Line 2269 SBXC, Speedo Equipment e Gear CS 323 A3. Os patins também foram submetidos a exame para medir o grau de deformação. Três dos modelos sucumbiram e foram classificados com ruins.
Teste prático
Nos testes práticos, foram avaliados conforto, facilidades para calçar e regular e o desempenho (comportamento dos patins em terrenos de superfícies lisas e irregulares e facilidade de equilíbrio).
As marcas que se saíram melhor em todos os itens foram a Oxygen e os dois modelos Rollerblade.
Segundo Sezifredo Paz, coordenador do departamento técnico do Idec, os dois modelos California Pro foram considerados como a melhor compra, por terem a melhor relação qualidade/preço.
"Os resultados do teste mostram que esses equipamentos deveriam ser melhor monitorados pelos órgãos governamentais, por meio de um processo de certificação", afirma Paz.
Outro lado
Nenhum dos patins testados são de fabricação nacional.
Segundo Sérgio Benfica, dono da SB Comércio Exterior -que comercializa no Brasil os patins California Line 2269 SBXC-, esse modelo foi desenhado para lazer. "Não é um patim profissional. É um modelo razoavelmente bom e barato pela qualidade que oferece. Atingimos um grande público que está satisfeito com o produto", diz.
Mário Celso Cilento, diretor de marketing da Multiesporte -distribuidora da marca Speedo-, usa a mesma argumentação. Ele afirma que o Speedo é um patim bom, considerando a relação qualidade/preço.
"É uma qualidade aceitável para lazer. O mercado se adaptou bem ao produto, que teve margem de devolução pequena." Cilento diz que a empresa parou de trazer esse modelo há dois anos, com a retração desse mercado.
Como foi feito
A avaliação dos dez modelos de patins foi feita com a colaboração da Edideco, organização portuguesa de defesa do consumidor.
Os produtos foram adquiridos no Brasil e enviados a um laboratório na França. Os testes laboratoriais e práticos foram feitos com três amostras de cada modelo.

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