São Paulo, segunda-feira, 14 de julho de 1997
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Anúncio responde à crítica de padres

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Começa a ser veiculada hoje pela televisão a segunda versão do anúncio das pastilhas Benalet, fabricadas pelo Aché Laboratórios, com uma resposta explícita às reclamações feitas por católicos e padres ao Conar (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária).
Na primeira versão, um padre oferecia uma pastilha em vez de hóstia para um fiel que tossia muito durante a missa. O comercial foi tirado do ar espontaneamente pelo anunciante e pela agência de propaganda, a Lowe Loducca, antes mesmo que o Conar tomasse uma decisão sobre suspendê-lo ou não.
Na segunda versão, o mesmo padre aparece sobreposto às imagens do filme original e diz: "A Igreja ficou ofendida com a gente e pediu para tirar esse filme do ar. Tudo bem, nós perdoamos: eles não sabem o que fazem". Ainda não foi definida a data para o julgamento desse processo pelo Conar.
Nas últimas semanas, várias campanhas publicitárias foram suspensas -ou pelo menos ameaçadas de suspensão- como resultado de protestos apresentados ao Conar por representantes dos mais variados grupos da sociedade, como de homossexuais, feministas e padres.
Segundo Edney Narchi, diretor-executivo do Conar, não se poderia dizer que está havendo um aumento excepcional nas reclamações dos consumidores contra a publicidade. Tanto assim que
o número de processos abertos em 1997 continua crescendo no mesmo ritmo -5 a 10%- registrado nos anos anteriores: foram 128 até agora.
No ano passado, o total de processos analisados pelos conselheiros do órgão chegou a 260.
Cabelos e celulite
A grande maioria desses processos é aberta contra anúncios acusados de propaganda enganosa, como os de cremes que prometem acabar com a celulite ou produtos para fazer nascer cabelos.
Por coincidência, campanhas mais polêmicas -como das Lojas Renner, que provocaram protestos de feministas- acabaram sendo veiculadas na mesma época e a atuação do Conar chamou mais a atenção do público.
Nesta quinta-feira, deverá ser julgado pelo Conar mais um desses casos, o processo contra o anúncio para televisão da cerveja Brahma, criado pela agência Fischer, Justus, que usa o jogador de futebol Ronaldinho como garoto-propaganda.
O Confen (Conselho Nacional de Entorpecentes) não julga adequado usar a imagem de um esportista para vender cerveja.
(CGF)

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