São Paulo, segunda-feira, 14 de julho de 1997 |
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Quem tira público dos estádios é a cartolagem
ALBERTO HELENA JR.
Já no Pacaembu, quem viu garante: o Corinthians ganhou, mas voltou a jogar muito mal. Mais ou menos como o Palmeiras que escapou da derrota diante do Guarani no finalzinho, no jogo do Parque Antarctica. É certo que não faltou ao Palmeiras espírito de luta. Apenas, talento. Ainda que o Guarani do Muricy tenha se fechado bem atrás e conseguido seu gol num disparo felicíssimo de Carlinhos, o Palmeiras de Felipão, em nenhum instante, revelou um mínimo de descortino e habilidade no seu meio-campo armado sob o signo da combatividade. Salvou-se, graças à velocidade de Euller, eis a verdade. * Claro que, nessa nova fase, de início, Felipão, ao seu estilo, vai preferir armar sua equipe com três volantes: Galeano, Amaral e Marquinhos, o que haverá de conferir extrema estabilidade ao meio-campo e reduzir a intensidade do brilho da equipe. Mas, com o passar do tempo, esse menino Alex vai cavar seu lugar no meio-campo. E, a partir daí, não se surpreenda se o Palmeiras, além de eficiente, passe a ser um espetáculo à parte neste pífio torneio. * Quando se mexem, esses cartolas sempre dão um passo atrás: essa encrenca armada pelo presidente do Palmeiras, Mustafá Contursi, com a TVA, ontem, é prova disso. O que avacalhou com esse campeonato foi a decisão safada da CBF de rasgar o estatuto, resgatando o Flu e o Braga da Segundona. E mais: essa cretina fórmula de disputa, que não engana o torcedor mais desavisado. Qualquer um sabe que esta fase não vale nada. Logo, não vai gastar seu rico dinheirinho nessa bobagem. Portanto, não é a TV, com transmissão direta, que haverá de tirar público dos estádios. O que espanta o público dos estádios é a cartolagem com suas decisões absurdas. Moral da história: Mustafá deveria proibir sua própria entrada no Parque, isso sim. * O que dá pra rir dá pra chorar. Com Vágner no time, o Santos deu um baile no Flamengo, em pleno Maracanã. Sem Vágner, que está sendo negociado, tomou de 2 a 0 do Paraná, sábado à noite. Longe de mim sugerir que esse jogador sequer limpe as chuteiras de Pelé. Nada disso. Mas, no atual contexto, é um craque especial. Não só porque se revelou um segundo volante raro, capaz de marcar e armar com a mesma eficácia, como de servir às mais variadas necessidades do treinador. Por exemplo: resolvendo o problema da lateral-direita, ocupada sábado por dois jogadores, sem êxito. Claro que não foi só por isso que o Santos perdeu. Perdeu, sobretudo, por duas falhas de seus defensores. Mas "contribói". E como! Texto Anterior: Bragantino faz 3 a 1 para 1.803 Próximo Texto: Desequilibristas Índice |
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