São Paulo, terça-feira, 15 de julho de 1997
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Café tem R$ 250 milhões para colheita

DA REPORTAGEM LOCAL

O Conselho Deliberativo de Política Cafeeira anunciou a liberação de R$ 250 milhões para a colheita de café da safra 97/98.
O dinheiro está disponível nas agências do Banco do Brasil com juros de 3% ao ano mais TJLP. São R$ 600 por hectare. Cada produtor pode obter no máximo R$ 150 mil.
Segundo Gilson José Ximenes Abreu, presidente do CNC (Conselho Nacional do Café) e integrante do conselho, mais R$ 100 milhões deverão ser liberados no mês que vem para a pré-comercialização da safra 97/98.
O CNC calcula que 50% dos 315 mil cafeicultores do país estejam descapitalizados nesta safra.
Mesmo endividado, o cafeicultor deve comercializar sua produção moderadamente, de acordo com suas necessidades, recomendam representantes de cooperativas e de associações de produtores.
O objetivo é evitar excesso de oferta de café no mercado, o que provocaria, segundo eles, queda dos preços do produto.
O café fino tipo exportação está sendo negociado, em média, a R$ 200 a saca. Esse preço pode sofrer ligeira queda este mês e no próximo devido a entrada da safra brasileira, segundo Eduardo Carvalhaes Junior, do Escritório Carvalhaes, de Santos (SP).
"O agricultor quer vender logo sua produção para aproveitar os preços. O ideal seria comercializar de forma parcelada", diz Aquiles Fabrete, gerente de comercialização da Coamo (Cooperativa Agropecuária Mourãoense), do Paraná. No final deste ano, o preço deve voltar a subir, prevê Fabrete.
Os preços do café começaram a cair, e o custo médio de produção da saca do tipo fino ultrapassa R$ 100, de acordo com Isaac Ferreira Leite, presidente da Cooxupé (Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé), de Minas.
"O cafeicultor ainda tem baixa produtividade devido aos problemas climáticos decorrentes da geada de 1994", diz Leite.
Previsões estimam a safra brasileira entre 18 milhões de sacas e 23 milhões de sacas.

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