São Paulo, terça-feira, 15 de julho de 1997
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Os cinco dedos

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Os petistas montaram uma comissão interna, veicularam um ou outro comercial em defesa de Lula e deram o escândalo por encerrado. Ontem foram ao ataque.
Apresentaram nas redes o primeiro comercial tratando das promessas de campanha de FHC; da mão aberta, com os cinco dedos das prioridades do candidato. Uma criança fez a locução:
- Meu pai falou para a mamãe que está uma fera com Fernando Henrique. Votou nele porque ia melhorar educação, saúde, emprego, agricultura e segurança.
À mão aberta (um desenho de criança) seguiram-se outras imagens desenhadas, com doentes, desempregados, os sem-terra:
- Agora olha aí. Na saúde só tem epidemia. É sarampo pra cá, dengue pra lá, fora os mortos da hemodiálise. E os pequeninos vão ficar sem escola, e quem paga mensalidade está roubado...
Uma a uma, a criança foi questionando as cinco promessas. O comercial é dos mais eficientes -sobretudo para quem nem lembrava o que prometiam os cinco dedos da campanha de FHC.
O presidente-candidato vai precisar de muito palanque para convencer que cumpriu o prometido.
*
Boris Casoy foi lacônico ao abrir o Jornal da Record, no qual estreou ontem:
- Boa noite. Estamos iniciando uma nova etapa no Jornal da Record. Não há promessas, apenas a renovação do compromisso de um jornalismo crítico, independente, imparcial e apartidário. Então, mãos à obra.
Fora vinhetas e cenário, de fato, nada mudou, nem nos comentários do âncora. Não faltou sequer o bordão famoso, "isso é uma vergonha" -em referência aos que criticam o provão do MEC.
Mas renovar o compromisso da independência não deixou de ser um aviso, menos à audiência, mais ao bispo.

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