São Paulo, terça-feira, 15 de julho de 1997
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PF prende acusado de escuta no DF

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Polícia Federal prendeu no sábado passado Laurenir Alves, o "Bareta", um dos três detetives particulares acusados de fazer espionagem política contra o líder do governo no Congresso, José Roberto Arruda (PSDB-DF), e o ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Raphael Barros Monteiro Filho.
Outro detetive acusado, o policial civil aposentado Romualdo da Rocha, disse em depoimento à PF que recebeu o extrato da conta telefônica do senador Arruda de uma mulher chamada Fernanda, que contratou seus serviços e depois desapareceu.
A prisão de Alves foi solicitada pela PF à Justiça Federal porque ele teria fugido uma semana antes para escapar de um mandado expedido pela Justiça do Distrito Federal em processo em que ele é acusado de crime de lesões corporais. Na sexta-feira passada, a PF solicitou e obteve ordem de prisão junto à 12ª Vara da Justiça Federal porque o mandado da Justiça local foi suspenso na terça passada.
O pedido da PF foi sustentado ainda pelo fato de que "Bareta" também responde a processos por tentativa de homicídio e receptação de produtos roubados.
O delegado Rômulo Menezes, chefe da Dops (Divisão de Ordem Política e Social) da Superintendência da PF no Distrito Federal, instaurou inquérito e indiciou os detetives por prática de escuta telefônica em Brasília.
"Bareta", em cujo escritório foi encontrado o extrato da conta telefônica do ministro do STJ, foi indiciado no inquérito, juntamente com Romualdo da Rocha e Wagner Jorge Abrahão Clemente.
Romualdo da Rocha, da empresa Águia Investigações, disse em depoimento na PF que recebeu o extrato telefônico da conta do senador Arruda um dia antes de o documento ser apreendido em operação efetuada por agentes federais no último dia 1º.
Segundo a PF, Rocha afirmou que não tem o telefone nem sabe o sobrenome da mulher que o contratou.
A assessoria do senador Arruda disse que a versão do detetive parece inacreditável, pois ele não iria aceitar um serviço sem conhecer pelo menos o nome completo de quem o contratou.
A Telebrasília já identificou a funcionária que obteve dos computadores da empresa extratos encontrados com os detetive. Ela foi indiciada pela PF porque, apesar de ter reconhecido a sua senha em um dos extratos, disse não saber como esses documentos foram parar nas mãos dos detetives. O nome da funcionária não foi revelado pela polícia.

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