São Paulo, terça-feira, 15 de julho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Norma determina vôo a 330 m

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O capitão-aviador Deusdedit Carlos Reis, chefe da Seção de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica em Minas Gerais, informou que, sobre regiões habitadas, um avião deve voar no mínimo a 1.000 pés (cerca de 330 m) do ponto de maior elevação do local.
Essa norma, segundo o capitão, é internacional. Isso significa que o piloto Célio Rodrigues deveria se manter a 330 m acima do monumento do Cristo, que está localizado no local mais elevado da cidade de Conselheiro Lafaiete, onde ocorreu o acidente anteontem.
Várias testemunhas afirmaram que o piloto voava a cerca de 20 m do solo, dando rasantes.
Reis disse que a norma internacional só é alterada em casos de vôos sobre regiões sem habitação. Nesse caso, deve ser mantida a altura mínima de 500 pés (cerca de 165 m) do ponto mais elevado.
Essa altura mínima, segundo o capitão, é considerada suficiente para que o piloto possa "raciocinar e planejar" um pouso forçado no caso de o avião apresentar algum defeito.
O capitão-aviador, no entanto, evitou considerar que o piloto tenha sido imprudente. "Não podemos afirmar nada sem eliminar todas as possibilidades", disse Reis, assinalando que, sem um levantamento detalhado do local, das condições de vôo, do avião e do piloto, não se pode determinar a causa do acidente.
Mesmo com os depoimentos das várias testemunhas, que afirmaram que o piloto estava voando muito baixo, não é possível apontar causas e responsabilidades.
"Esses depoimentos não são desconsiderados, mas são depoimentos de testemunhas leigas. É preciso saber os motivos de o avião estar baixo, se o piloto não teve um mal súbito, enfim, saber o que se passou com o avião e dentro dele."
Investigações
Duas investigações sobre o acidente serão feitas, uma pela Aeronáutica e outra pela Polícia Civil em Conselheiro Lafaiete, que já abriu inquérito.
A apuração do Serac 3 (Serviço regional de Aviação Civil), do Ministério da Aeronáutica, baseado no Rio, é que vai determinar, por meio da Comissão de Investigação de Acidentes Aeronáuticos, as causas do acidente e as implicações para o piloto, caso seja responsabilizado.

Texto Anterior: Piloto é mecânico de aviões
Próximo Texto: Monomotor foi feito em 1946
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.