São Paulo, terça-feira, 15 de julho de 1997
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Medo de avião é evitado com vôo

LUCIANA SCHNEIDER
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de dois acidentes em menos de uma semana, envolvendo o Fokker-100 da TAM em São Paulo, na última quarta-feira, e um bimotor em Conselheiro Lafaiete (MG), anteontem, muitas pessoas podem estar com medo de viajar de avião.
Para a psiquiatra Vera Tess, essa reação é bastante normal. No entanto, ela alerta para que esse sentimento não vire fobia.
"Para isso, é preciso que a pessoa se exponha de maneira gradual. Nesse caso, ela não pode deixar de pegar avião, porque cada vez que se evita alguma coisa de que se tem medo, você acaba reforçando esse medo."
No caso dos passageiros da TAM, que viveram emoções fortes, Vera diz que eles podem ter "estresse pós-traumático", passando a ter pesadelos com o acidente e a se assustar com barulhos semelhantes a uma explosão.
Para essas pessoas, a psiquiatra dá o mesmo conselho: não deixar de viajar de avião. "Se a pessoa não consegue de jeito nenhum, acho que ela deve procurar um profissional. Mas a pessoa tem de querer mudar e se tratar."
O jornalista César Herkenhoff, 41, que estava na sexta fileira do Fokker-100, se impressiona com qualquer barulho, além de ter ficado gago, ter muitas dores musculares e zumbidos no ouvido.
Mas o primeiro passo, segundo ele, já foi dado. César retornou à Vitória (ES) de avião pela TAM, depois de ter cancelado a viagem uma vez. "Tudo correu bem. O piloto até me convidou para conhecer a cabine. Foi fundamental viajar novamente de avião."

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