São Paulo, terça-feira, 15 de julho de 1997
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Presidente da Vale pede demissão

Para Schettino, empresa está bem estruturada

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

Francisco José Schettino, 61, que pediu demissão sexta-feira da presidência da Vale do Rio Doce, disse que, para ele, a solução "ideal" para a privatização da empresa teria sido uma associação entre CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) e o grupo Votorantim, que foi derrotado no leilão.
"Até o noivado eu fui, mas não houve casamento", disse Schettino, para explicar seu esforço para a união dos dois grupos. Para ele, a vitória da CSN foi mais "interessante" pelo fato de ser "um grupo mais nacional". Para ele, a vantagem de uma sociedade entre CSN e Votorantim para comandar a Vale privada seria ter formado "um grupo muito industrial com menos banco".
Schettino disse que era hora de privatizar a Vale. "A empresa está bem estruturada, moderna e estava na hora de passar para a iniciativa privada." Para ele, no entanto, o modelo escolhido deveria ser mais pulverizado. Isso é, o controle acionário estar mais dividido.
Segundo ele, no entanto, quando o governo vender as sobras (cerca de 30% do capital), há a possibilidade de haver essa pulverização que ele desejava para a empresa.
Schettino, que entrou na Vale há 36 anos, ocupou a diretoria de produção entre 1979 e 1990. Presidiu, depois, a Mineração Rio do Norte e se aposentou. Em outubro de 1991 voltou à Vale como presidente da Eletrovale e, em 1992, assumiu a presidência da empresa.
Agora, diz que vai viajar por 15 dias. "Não tiro férias há quatro anos e meio." Na volta, vai procurar emprego. "Tenho que voltar ao mercado. Minha aposentadoria não dá", disse.
Ele comunicou sua saída da empresa pelo correio eletrônico da Vale às 16h41 de sexta-feira. Cerca de 8.000 empregados no país e no exterior receberam a comunicação ao mesmo tempo. Assume em seu lugar, interinamente e de forma automática, o vice-presidente Anastácio Fernandes Filho.
O ex-presidente disse que, logo que o conselho de administração privado assumiu a Vale, o presidente Benjamin Steinbruch pediu que ele ficasse dois meses à frente da empresa. Na sexta-feira, já esgotado o prazo, ele comunicou que sairia.

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