São Paulo, terça-feira, 15 de julho de 1997
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Moeda filipina sofre nova desvalorização

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A crise cambial do Sudeste Asiática se agravou ontem com novos ataques de especuladores, que voltaram a derrubar o peso filipino. O dólar encerrou o dia com valorização de 9% em relação ao peso.
Na sexta-feira, a moeda das Filipinas chegou a cair 11,6% em relação ao dólar e fechou com desvalorização de 6,4%, após uma recuperação. Ontem, o peso filipino encerrou cotado a 28,77 por dólar.
Novos alvos
O primeiro alvo dos especuladores foi a Tailândia, há duas semanas. Na sexta-feira, foi a vez das Filipinas e da Indonésia permitirem a maior flutuação de suas moedas após terem tentado defendê-las da ação dos especuladores.
O ataque especulativo acontece quando diversos investidores, acreditando que a moeda de determinado país está sobrevalorizada, vendem suas posições nessa moeda para comprar outras mais fortes, forçando a sua queda.
Ontem, os especuladores também venderam ringgits da Malásia e dólares de Cingapura, sem que houvesse alguma reação dos governos desses países.
Uso de reservas
As autoridades monetárias das Filipinas indicaram que a queda do peso em relação ao dólar era necessária e positiva.
"Acreditamos que o peso está cotado em um nível razoável e estamos otimistas de que continuará assim", disse o ministro das Finanças, Roberto de Ocampo.
Para tentar conter a queda do peso, o governo filipino desembolsou US$ 1,3 bilhão de suas reservas internacionais.
Segundo alguns analistas, após a queda de ontem, a moeda das Filipinas poderá estabilizar-se.
O governo do Japão confirmou a chegada de uma delegação tailandesa, liderada pelo ministro das Finanças, Thanong Bidaya. O governo da Tailândia pediu ao Japão a criação de um plano para resgatar o baht tailandês.
A idéia é criar um fundo de estabilização de US$ 20 bilhões, com empréstimos internacionais, para fazer frente às pressões dos especuladores, a exemplo do que foi feito em 1995 para conter a crise cambial mexicana.
Embora o governo japonês não confirme, analistas acreditam que o Japão deverá usar as suas gigantescas reservas de moedas estrangeiras para sustentar as cotações das moedas dos demais países asiáticos.
Interesse próprio
O governo japonês tem interesse em apoiar as economias da região porque há muitas empresas japonesas instaladas naqueles países.
O Japão dispõe, hoje, do maior volume de reservas internacionais do mundo, cerca de US$ 220 bilhões.
Até o momento, só existe a confirmação de um empréstimo japonês de US$ 1 bilhão.
Mas, segundo algumas fontes, o ministério das Finanças japonês prepara um ambicioso plano conjunto para evitar o agravamento da crise financeira na Ásia.

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