São Paulo, terça-feira, 15 de julho de 1997
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Investimentos de longo prazo financiam déficit, afirma BC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O diretor do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, disse que o aumento do déficit nas contas externas não expõe o Brasil aos efeitos da crise do Sudeste Asiático.
Segundo ele, o déficit de 4,19% do PIB (Produto Interno Bruto) está sendo financiado com investimentos externos de longo prazo. Isso significa que não há previsão desses recursos deixarem o país no curto prazo.
As reformas constitucionais e o processo de privatização ajudam, na opinião do diretor, a atrair investimentos estrangeiros.
Lopes afirmou que essa crise pode produzir efeito positivo no Brasil, como, por exemplo, um ingresso maior de capital externo. "Cada vez mais o investidor começa a diferenciar os países. Quem investe lá, pode investir aqui", disse.
Mais dinheiro
Dados do BC mostram que nos primeiros 11 dias deste mês já ingressaram no país US$ 280 milhões de investimento direto.
No ano passado, durante todo o mês de julho, entraram US$ 566 milhões. "Isso mostra que não há motivos para apreensão."
No crise especulativa do México, no final de 94, o Brasil foi forçado a queimar US$ 6,5 bilhões das reservas internacionais.
Em dezembro de 94, o governo tinha US$ 36,4 bilhões de reservas e, em abril de 95, elas caíram para US$ 29,9 bilhões.
"O México é América Latina e por isso sofremos o impacto. Mas agora não vai sumir dinheiro daqui", afirmou.
Altamir Lopes disse ainda que o sistema de leilão, pelo qual o BC compra e vende dólares, permite uma ação rápida na identificação de especulação.
Portanto, o governo pode reconhecer um ataque especulativo logo no início.

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