São Paulo, terça-feira, 15 de julho de 1997
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Giz e lousa

MELCHIADES FILHO

Para muitos, as escolas estão em férias (divirta-se!). Mas, para uma classe muito especial da NBA, está chegando a hora de rachar a cuca.
No final do mês, os novos jogadores da liga de basquete norte-americana vão ser arregimentados para uma maratona de aulas.
Trata-se do Programa de Transição para Novatos, estratégia dos dirigentes para evitar que os calouros se estrepem no mundo, bastante perigoso, da bola-ao-cesto profissional.
Serão 30 temas no total, divididos em dez dias.
A tropa de recém-chegados vai aprender, por exemplo, a evitar o assédio de prostitutas e a lidar com a imprensa.
À sua espera, estarão principalmente ex-jogadores. Mas há algumas exceções.
Empresários vão dar dicas de aplicação financeira.
Árbitros vão ensinar nuances das regras da liga.
Preparadores físicos dirão o que evitar nas sessões de exercício. Nutricionistas, o que evitar à mesa. Médicos, os remédios proibidos.
Preocupada em prender a atenção dos novatos, a NBA procura agitar as lições.
Atores foram contratados para representar situações comuns à vida de um atleta -os palestrantes só oferecerão, aí sim, na sequência, algumas saídas às enrascadas.
Pode até parecer um saco. Mas ninguém tem reclamado.
Talvez porque os jogadores da NBA possuam a, merecida, reputação de cordeirinhos.
Talvez porque os calouros estejam genuinamente interessados em garantir a grana que os aguarda -"ouvir um cara que jogou cinco anos dizer que não tem um tostão me deixou assustado", conta Jermaine O'Neal, reforço do Portland em 96.
Talvez porque a "escola" seja montada em um resort luxuoso da Disney em Lake Buena Vista, na ensolarada Flórida, com despesas pagas e direito a acompanhante...

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