São Paulo, terça-feira, 15 de julho de 1997
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A rebelião

JUCA KFOURI

É improvável que os grandes de São Paulo topem sair do Vergonhão-97. Dois deles pelo menos, Corinthians e Palmeiras, têm laços estreitos com a Casa Bandida do Futebol, além de terem por que temer a eventual aparição de novas fitas comprometedoras de suas conversas com Ivens Mendes.
Sem se falar, é claro, dos contratos com a TV e que a valentia nunca foi o forte de nenhum deles.
São Paulo e Santos têm maiores condições de brigar, mas, como a proposta é "saem todos ou ficam todos", a segunda hipótese é a mais realista, quase certa.
Além do mais, nunca é demais lembrar a nenhuma autoridade moral da FPF para fazer tal proposta.
Na gestão Farah, em 90, o São Paulo caiu para a segunda divisão e, em vez de disputá-la para tentar voltar à primeira em 92, voltou em 91 mesmo e foi até campeão.
Se não bastasse, o próprio Eduardo Farah reconheceu ter participado de uma reunião com Rico Terra e o empresário J. Hawilla, num hangar do aeroporto de Congonhas, na qual concordou com a inclusão do Fluminense no lugar do Atlético-PR, embora não com o aumento para 26 clubes, motivo da revolta.
Seja como for, é inegável que, com propósitos nobres ou oportunistas, a rebelião pregada por Farah, apesar de tardia, está sendo bem recebida pela opinião pública.
Prova de que os torcedores não aguentam mais a imoralidade vigente. E de que algo precisa ser feito.
O resultado final, no entanto, deve ser o de ainda maior desgaste para os clubes que se acovardarão novamente e, confusão das confusões, Farah sair como o paladino da moral em nosso futebol.
Será preciso dizer mais?
*
Marcelinho disse à coluna que se o Corinthians lhe desse os 15% a que tem direito por sua transferência ao Valencia, ficaria no Parque São Jorge, feliz da vida.
Sabe onde se encontrará um substituto para ele por apenas R$ 1,2 milhão?
*
E os engraçadinhos perguntam: se o São Paulo acabaria por fechar acordo de patrocínio com a Bom Bril, por que venderam o Palhinha?
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A vida é dura: escrevi "seat" na sexta-feira e ninguém corrigiu meu pobre inglês para "sit" (do verbo sentar).
Escrevi "haja vista" ontem e pioraram meu português com um incorreto "haja visto".
Não há de ser nada.

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