São Paulo, terça-feira, 15 de julho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fidel controla 10% do PIB, diz 'Forbes'

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DE NOVA YORK

A revista "Forbes" considerou parte da economia cubana para chegar à fortuna de US$ 1,4 bilhão que atribuiu ao presidente de Cuba, Fidel Castro, na edição em que lista os homens mais ricos do mundo.
"Tivemos de fazer uma estimativa", disse Carleen Hawn, uma das repórteres da revista. "Não temos conhecimento exato do que Fidel Castro tem ou deixa de ter. Não sabemos, por exemplo, se ele possui conta na Suíça ou algo do gênero."
A saída, então, foi fazer um cálculo baseado na riqueza de Cuba que seria controlada pelo presidente. "Estimamos que 10% da economia cubana passe pelas mãos dele, uma estimativa até muito conservadora."
Por essa metodologia, Fidel teria sob seu controle cerca de US$ 1,4 bilhão. O número, portanto, não significa que essa seja a fortuna pessoal do presidente de Cuba, mas a que poderia ser.
Neste ano, a revista separou empresários em uma lista e criou outra só para reis, rainhas e ditadores. A direção da "Forbes" justificou a existência de duas listas com a explicação de que a fortuna conquistada por monarcas ou ditadores nem sempre ocorre por mérito próprio.
"Não é como alguém que trabalha duro a vida toda para conquistar seu próprio dinheiro", disse Hawn à Folha.
O empresário mais rico do mundo é o dono da Microsoft, o norte-americano Bill Gates, com US$ 36,4 bilhões (o dobro do avaliado em 1996). O homem mais rico ainda é o sultão de Brunei (Sudeste Asiático), com US$ 38 bilhões.
A direção da "Forbes" reconhece ser necessário, em casos de avaliação de grandes fortunas, usar uma dose de subjetividade.
Uma das razões é o fato de muitos investidores aplicarem em obras de arte, cujos preços são difíceis de serem estimados. No geral, no entanto, a "Forbes" diz que procura usar números conservadores, como diz ter feito com Fidel.
A rainha da Inglaterra, Elizabeth 2ª, por exemplo, também exigiu cálculo diferenciado. Foram feitas duas estimativas. Segundo a primeira delas, com base nas aplicações e imóveis da família real, a fortuna seria de US$ 315 milhões.
O segundo cálculo foi feito com a inclusão das jóias e coleções da realeza britânica. Neste caso, o valor saltou para US$ 16 bilhões.
"É uma coleção, digamos assim, administrada pela rainha. Se ela decidisse vendê-la, arrecadaria cerca de US$ 16 bilhões. Mas, na verdade, de acordo com as leis britânicas, não poderia fazê-lo. Foi por isso que, no caso do Reino Unido, decidimos usar dois números."

Texto Anterior: Ponte cede e mata um na 'olimpíada judaica'
Próximo Texto: EUA julgam danos a fumantes passivos; Manifestantes se ferem em protesto no Quênia; Premiê do Camboja pede extradição de rival; Casa de O. J. Simpson é vendida por US$ 2,6 mi; Bomba em mercado da Argélia mata 21; Clinton reclama do uso de imagem em filme
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.