São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 1997
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Cresce estoque no atacado e no varejo

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O comércio varejista e atacadista terminou o primeiro semestre deste ano com estoque acima do programado, segundo levantamento do Bic Banco feito com cerca de 90 empresas.
Esse estoque extra pode representar o equivalente a 15 dias de venda, segundo lojistas ouvidos pela Folha.
O ideal para as empresas, dizem eles, seria manter um estoque para no máximo 30 dias de venda. Junho, porém, terminou com mercadoria suficiente para 45 dias de faturamento.
Pela pesquisa do Bic, o estoque está mais alto no comércio atacadista. Para 41% das empresas ouvidas -34 atacadistas-, o estoque acumulado no segundo trimestre do ano ficou acima do previsto.
No primeiro trimestre do ano, 30% das empresas consultadas informaram que o estoque estava maior do que o desejado.
No comércio varejista, 37% das 54 empresas ouvidas mencionaram que os estoques no segundo trimestre do ano ficaram acima do programado. No primeiro trimestre, os estoques já estavam altos para 36% das empresas.
Paulo Mallmann, diretor financeiro do Bic, atribui o aumento do estoque nos últimos três meses à acomodação da renda e da capacidade de compra do consumidor.
E mais: para ele, alguns empresários do comércio e do atacado erraram ao projetar para este ano o mesmo ritmo de consumo do último semestre do ano passado.
A rede de lojas Bernasconi confirma que os estoques cresceram no segundo trimestre de 1997. Para a rede, eles representam 45 dias de venda, enquanto no primeiro trimestre equivaliam a 30 dias.
"A venda caiu 10%. Além disso, muitos consumidores, em férias coletivas, estão com medo de perder o emprego e, por essa razão, pararam de comprar."
Na G. Aronson, o estoque também equivale a 45 dias de venda, o que é considerado um pouco acima do normal pelo proprietário, Girsz Aronson.
Na Casas Bahia, o estoque, que também é de 45 dias -entre R$ 200 milhões e R$ 230 milhões-, já é considerado normal pelo proprietário da rede, Samuel Klein. "Mas o consumo está 20% abaixo do de igual período de 1996."
Pela pesquisa do Bic, 41% das empresas atacadistas e 42,6% das varejistas fecharam o segundo trimestre do ano com faturamento abaixo do esperado. No primeiro trimestre, os percentuais foram 15% e 31%, respectivamente.
"As vendas frustraram", diz Luiz Rabi, chefe do departamento econômico do Bic.
Para incentivar o consumo e diminuir riscos de não-pagamento das prestações, a Bernasconi está reduzindo de 4% a 5% os preços de alguns produtos e orientando o cliente para que parcele o pagamento em até dez meses.

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