São Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 1997
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Juros e dólar recuam com alta da Bolsa

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Não foi só a Bolsa de Valores de São Paulo que se recuperou do susto de terça-feira. O mercado futuro de juros e dólar também respirou aliviado, com as cotações e taxas projetadas recuando inclusive abaixo do nível de segunda.
Como disse um operador, foi como se todo o mercado financeiro tivesse dormido na segunda-feira, acordando hoje, quinta. Detalhe: com um pesadelo para muitos investidores no meio do caminho.
No mercado futuro, a reação não tinha proporção, a não ser pelo fato de que tanto juros como dólar tinham antes caído muito.
Mesmo assim a realização de lucros nas Bolsas não seria motivo suficiente para mudar o patamar das cotações da moeda norte-americana ou das taxas de juros.
Para o economista-chefe do Citibank no Brasil, Carlos Kawall, nesses dois mercados, muito mais importantes são os fundamentos da economia brasileira, ao contrário da Bolsa que, em grande medida, tem sua dinâmica própria.
Por essa perspectiva, ele diz não ver nenhum perigo, no curto e médio prazo, de uma deterioração que chegue ao ponto de incentivar um movimento especulativo.
"Mesmo porque é preciso levar em conta que para um especulador uma aposta errada pode sair muito caro", avalia Kawall.
Recorde nas Bolsas
Contribuiu para a recuperação do mercado brasileiro, o otimismo nos principais mercados.
Ontem, as Bolsas de Nova York, Londres, Paris e Frankfurt registraram recorde de alta em seus principais indicadores.
Nesses países, o que puxou a alta foi o excesso de recursos disponíveis, as baixas taxas de juros, os bons resultados das empresas e a perspectiva de crescimento com inflação baixa.
No caso da Bolsa de Nova York, além da alta expressiva das cotações, o dia ontem foi de forte volume negociado, um dos mais altos da história do mercado.
A divulgação do índice de preços ao consumidor da economia norte-americana, de 0,1% em junho, também serviu de combustível para as ações. Isso porque os analistas projetavam uma alta de 0,2%.
Com isso, recuou o rendimento pago pelos títulos da dívida norte-americana de 30 anos, que pagavam ontem 6,48% ao ano. Na terça-feira, a taxa era de 6,55%.

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