São Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 1997 |
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ONU anuncia planos para reforma
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, apresentou ontem projeto de reforma do organismo internacional. As alterações pretendem diminuir a burocracia e cortar gastos da entidade.O plano de Annan reúne medidas anunciadas desde que ele assumiu o posto, em janeiro deste ano. Cerca de mil postos de trabalho da organização, atualmente com 9.000 empregados, serão fechados, os custos administrativos serão cortados em 38%, e a burocracia diminuirá em 40% até o final do ano. Diversas instâncias administrativas serão fundidas. "Esse é meu pedido a vocês e ao mundo: que comece hoje uma revolução silenciosa na ONU", disse Annan à Assembléia Geral, o órgão máximo da entidade. Nas 90 páginas do projeto de reforma, que ainda deve ser alterado pelos países-membros antes de ser aprovado, o secretário-geral afirma que a organização estava se tornando cada vez mais "fragmentária e rígida". Segundo ele, a entidade muitas vezes deixou de cumprir suas funções. Os EUA, o principal país-membro a cobrar a modernização da ONU, recebeu a proposta de Annan de forma ambígua. A secretária de Estado do país, Madeleine Albright, elogiou o projeto de reforma e garantiu o apoio de seu país às medidas. Declaração semelhante foi feita por Michael McCurry, porta-voz da Casa Branca (sede do governo norte-americano). O senador republicano Rod Grams, presidente de subcomissão senatorial responsável pela ONU, porém, criticou o plano apresentado por Annan. "Este magro pacote de reformas só representa o status quo, e isso não é possível", disse Grams. O país é o maior devedor da entidade (os EUA ainda têm de pagar cerca de US$ 1,6 bilhões). O Congresso do país atrelou o pagamento da dívida a reformas. O plano do secretário-geral prevê a criação de um vice para seu cargo, posto que seria provavelmente preenchido por uma mulher, e a diminuição em um terço dos altos funcionários que se reportam diretamente a Annan -atualmente há 27 autoridades. Em uma aparente tentativa para conquistar o apoio das nações do Terceiro Mundo, que são a maioria, Annan propôs que as economias -que devem atingir US$ 200 milhões no ano 2002- sejam colocadas em fundo para programas de assistência aos países pobres. A Organização das Nações Unidas, nascida em 1945 (no fim da Segunda Guerra Mundial), tem atualmente 185 membros. Há, hoje, 192 Estados no mundo. A entidade atravessa dificuldades econômicas, com dívidas de US$ 3,3 bilhões, e vem sendo pressionada para cortar gastos. Texto Anterior: Confronto entre Coréias deixa feridos Próximo Texto: Pontos da reforma Índice |
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