São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 1997 |
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Exército afirma que a proibição de pessoas na praça era estratégia
ARI CIPOLA
Na avaliação do major Vilaça, o Exército não cedeu espaço para os manifestantes."Tudo fazia parte de uma estratégia. Acho que trabalhei bem, mas meus superiores é que vão avaliar", afirmou. Cerca de 15 minutos após os tiros, a reportagem da Agência Folha presenciou dois sargentos passando instrução para a tropa. "Não é mais para atirar", diziam os sargentos aos gritos. Segundo o major, a ordem dada após o confronto não significa que os soldados tivessem recebido instruções para atirar nos manifestantes. O comandante do 59º Batalhão de Infantaria Motorizada de Maceió (AL), coronel Antônio Carlos de Almeida, teve que deixar a sala de onde comandava a operação para negociações com deputados e líderes dos polícias grevistas. Nos momentos mais críticos, o coronel até descia e andava no meio de sua tropa. "Nós não cometemos erros. Tínhamos uma ordem do presidente da República para preservar o patrimônio público", afirmou. O deputado oposicionista Cícero Ferro (PST) se irritou com o Exército. É que três atiradores de elite do Exército invadiram o gabinete dele para ter acesso à marquise de onde miravam do alto para os manifestantes. Depois de quase seis horas de muita tensão e medo, os manifestantes deixaram a praça em frente à Assembléia, contentes com o afastamento temporário do governador Divaldo Suruagy. O Exército continua, por tempo indeterminado, guardando prédios públicos dos três Poderes alagoanos. As tropas federais só deixam a missão após as polícias Civil e Militar encerrarem o movimento. Texto Anterior: Três manifestantes são baleados e outros 10 ficam feridos em conflito Próximo Texto: Cronologia Índice |
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