São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 1997
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CNI prevê em 97 déficit de 4,5% do PIB

Entidade refaz estimativas

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O déficit da balança comercial (exportações menos importações) brasileira deverá fechar este ano em US$ 11 bilhões, o dobro do resultado do ano passado, segundo estimativa do Departamento de Comércio Exterior da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Com isso, o déficit em conta corrente (que inclui balança comercial, juros e outros pagamentos) do país deverá saltar, até o final do ano, de 4,17% do PIB (Produto Interno Bruto), em junho, para 4,5%, de acordo com a CNI.
Segundo as previsões mais pessimistas, essa explosão levaria o déficit para US$ 15 bilhões este ano.
Segundo as previsões do boletim da CNI de junho, divulgado ontem, as exportações do Brasil somarão US$ 51 bilhões e as importações, US$ 62 bilhões este ano.
Dívidas
O primeiro inibidor da disparada das importações, segundo a análise da economista Maria do Socorro, é a própria retração da atividade econômica, provocada pelo excessivo endividamento das famílias.
Os consumidores teriam comprado para pagar em até 12 meses e terão boa parte das suas rendas comprometidas com as prestações até o final do ano.
Também as medidas de restrição do crédito às importações, tomadas pelo governo no final do primeiro semestre, deverão funcionar como inibidoras do crescimento das compras externas do país.
A favor do crescimento do déficit comercial, de acordo com a CNI, está a proximidade do fim da comercialização da safra agrícola, especialmente do café e da soja.
Com preços de mercado favoráveis, os produtos agrícolas serviram para aumentar as exportações nos últimos meses, reduzindo o déficit comercial.
A análise dos técnicos da CNI mostra que o déficit comercial brasileiro fechou os 12 meses findos em junho deste ano em US$ 9,9 bilhões. No período, houve um crescimento de 25,7% das importações, enquanto as exportações cresceram apenas 3,5%.
Sobre o elevado déficit em conta corrente previsto para este ano, Maria do Socorro Lima disse que o Brasil não terá problema para financiá-lo, mas manifestou preocupação quanto à permanência da sua trajetória crescente.
Segundo ela, há consenso entre os economistas que não há condições de se mexer na taxa de câmbio enquanto as contas do governo não estiverem acertadas.

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