São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 1997
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Contursi lidera fidelidade ao Brasileiro

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Foi o presidente do Palmeiras, Mustafá Contursi, que liderou os clubes paulistas na decisão de não abandonar o Brasileiro-97, em protesto à inclusão de Bragantino e Fluminense.
A decisão só foi tomada ontem à tarde, numa reunião entre seis clubes da Série A do Brasileiro, no prédio da Federação Paulista de Futebol. Nesse momento, o presidente Eduardo José Farah, já comandava reunião com clubes das Séries A-1, A-2 e A-3 do Paulista.
Os seis presidentes de clubes -Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Lusa e União São João- chegaram na FPF completamente desarticulados.
Alguns, como Fernando Casal de Rey, do São Paulo, não tinham discutido a questão com outros clubes, nem tinham opinião formada.
Os oito dirigentes presentes -Corinthians e São Paulo tinham dois representantes- nem mesmo sabiam quais seria as consequências para os clubes de um eventual boicote ao Brasileiro.
Essa indecisão irritou Farah. Ao deixar a sala da presidência da FPF para ir ao auditório presidir a reunião em que seria anunciada a nova fórmula de disputa do Paulista, Farah afirmou que os presidentes "não sabiam o que queriam".
Após a saída do presidente da FPF, os representantes do clube começaram a se manifestar. Manuel Pacheco, da Lusa, e José Mário Pavan, do União, defenderam o boicote ao campeonato.
Samir Abdul Hak, do Santos, e de Rey, do São Paulo, ficaram calados. Contursi então reafirmou o que vinha dizendo desde o final de junho. Independentemente da posição dos outros clubes, o Palmeiras não sairia.
Uma pessoa presente à reunião atribuiu a ele a seguinte frase: "Não tem nada que dar bola para a imprensa. Temos compromissos e precisamos cumpri-los."
Oficialmente, o argumento de Contursi foi que o Palmeiras não poderia tomar uma decisão desse tipo antes de 15 dias, pois o estatuto do clube o obriga a ouvir o Conselho de Orientação e Fiscalização e o Conselho Deliberativo.
A decisão foi uma derrota para Farah, mas não inesperada. O dirigente já havia preparado duas fórmulas para o Paulista-98, com e sem os grandes neste semestre.

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