São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 1997
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Casoy não altera audiência de telejornais

MARIANA SCALZO
DA REPORTAGEM LOCAL

A estréia do "Jornal da Record", ancorado por Boris Casoy, não alterou significativamente os índices de audiência dos principais telejornais das emissoras desde a última segunda-feira.
Em sua primeira edição, o jornal de Casoy, que começa às 19h30 e tem uma hora de duração, obteve média de quatro pontos de audiência (cada ponto equivale a cerca de 80 mil telespectadores na Grande São Paulo). O âncora manteve a média do jornalístico, antes apresentado por Adriana de Castro.
O "TJ Brasil", que é exibido entre 19h15 e 20h e habitualmente registra oito pontos de audiência, obteve média de dez pontos na segunda-feira. O jornal do SBT está sendo apresentado interinamente por Hermano Henning.
O "Jornal Nacional", da Globo, que coincide com a segunda meia hora do "Jornal da Record", manteve seus índices entre 38 e 40 pontos. Os outros telejornais, "Jornal da Band", "CNT Jornal" (das 19h30 às 20h) e "Jornal da Manchete" (das 20h35 às 21h35), não alteraram suas médias de audiência (leia quadro ao lado).
Autocrítica
Casoy considera que seu primeiro dia na Record foi bom, "mas ainda há muito para consertar", diz. "Acho que a estréia não comprometeu. No segundo dia, fizemos alguns ajustes técnicos. Mesmo no jornalismo, ainda falta fazer a sintonia fina. O importante é que não foi uma vergonha", brinca, ironizando seu próprio bordão.
Para ele, "o grande impacto da estréia foi não causar impacto. Fizemos um jornal digno, trabalhamos com as notícias do dia."
Para "rechear" os 60 minutos do "Jornal da Record", Casoy tem recebido convidados para entrevistas. Na segunda-feira, foi a vez do dono do Grupo Votorantim, Antonio Ermírio de Moraes; na terça, Zagallo; e, na quarta, o comandante Rolim Amaro, da TAM.
O jornalista confessa que estava nervoso na estréia. "Apesar dos meus anos de experiência, estava um pouco tenso, fui me soltando aos poucos."
Para Casoy, ainda é cedo para fazer "verificações de audiência". "'O Jornal da Record' ficou dentro das expectativas. A emissora me trouxe para fazer jornalismo."
Na avaliação de Casoy, o cenário do programa de estréia estava muito escuro. Esse problema já foi solucionado, com alterações feitas no fundo eletrônico.
O "Jornal da Record" não está usando um cenário real. O âncora aparece diante de um fundo que que é uma imagem montada em computador -recurso conhecido como "chroma-key".
"Alguns detalhes de iluminação e cenografia ainda vão ser acertados nos próximos dias. Aí tudo vai funcionar redondinho", afirma.
Concorrência
Paulo Henrique Amorim, responsável pelo "Jornal da Band", que disputa o público com Casoy das 20h às 20h30, acha que a "concorrência é muito saudável".
"Espero ardentemente que ele faça na Record o mesmo que fez no SBT. Além disso, abre mais espaço no mercado", diz Amorim, que prefere ser qualificado como repórter e não como âncora.
Segundo ele, todos os telejornais deveriam começar às 20h e terminar às 20h30. "Seria a livre concorrência, o público escolheria. Essa é a minha aspiração", diz.
Mas, contrariando o desejo de Amorim, a disputa pela audiência entre os principais telejornais noturnos vai ficar menos acirrada a partir do dia 28.
Nessa data, o SBT lança sua nova programação para o horário nobre. Com essa mudança, o "TJ Brasil" passa a ser apresentado das 18h30 às 19h.

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