São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 1997 |
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Evento movimenta US$ 250 milhões
RAQUEL KRITSCH
A primeira encenação da peça ocorreu no Circo Schumann, em Berlim, em 1911, sob a direção de Max Reinhardt. Motivo de fortes polêmicas desde a sua primeira performance na capital protestante, a obra resgata a trama escrita por um clérigo anônimo e publicada no final do século 16. Segundo uma versão de 1549, é uma "comédia de um rico moribundo, chamado Hecastus". O texto original inglês era sem dúvida funcional para a teologia católico-dogmática da catarse e da ascese sustentada no "mistério" e na "verdade da fé". Para Hofmannsthal, no entanto, Jedermann era uma fábula que simbolizava "o absolutamente humano": não pertencia a nenhum tempo determinado nem era indissoluvelmente ligada ao dogma cristão. O tema central de sua versão é a atitude humana diante da possessão, representada na alegoria do servo Mammon, "um demônio mascarado, que é mais forte do que o senhor, e se revela senhor de seu senhor". É em torno deste núcleo que se desenvolve a obra, que para Hofmannsthal passa a ser o "drama da morte de um homem rico". Max Reinhardt foi responsável pela apresentação da peça no primeiro Festival de Verão, em 1920. Investimento Para os que acreditam que o investimento em cultura é sempre uma atividade deficitária e, por isso, deve ficar restrita a parcos mecenas acometidos pelo altruísmo, o Festival de Verão de Salzburgo é um bom exemplo do contrário: não é apenas superavitário, como ainda movimenta indiretamente um volume inacreditável de bons negócios. O orçamento do festival gira em torno de US$ 60 milhões de dólares, dos quais cerca de 20% é investimento público. Em toda a Áustria, o montante de dinheiro movimentado direta e indiretamente em torno do evento e sua execução é da ordem de US$ 250 milhões de dólares, dos quais US$ 200 milhões apenas em Salzburgo. (RK) Texto Anterior: Festival de Salzburgo terá Boulez, Abbado e Gardiner Próximo Texto: Menu de inverno japonês foge do comum Índice |
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