São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 1997
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EUA apóiam latino no Conselho de Segurança

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os EUA anunciaram ontem que apóiam assentos permanentes no Conselho de Segurança da ONU para três países em desenvolvimento: um da Ásia, um da África e um da América Latina. O Brasil é um dos principais candidatos a uma vaga.
Até então, o governo norte-americano era favorável apenas à inclusão de Japão e Alemanha na principal instância de decisão do organismo, o único que pode decidir usar força para implementar suas decisões e aprovar o envio de forças de paz.
Hoje, ele são membros permanentes EUA, China, Reino Unido, França e Rússia. Todos têm poder de veto. Há outras dez vagas, ocupadas em esquema de revezamento por períodos de dois anos -e sem direito a veto.
"Acreditamos que as próprias regiões devem decidir como esses assentos serão preenchidos", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Nicholas Burns.
Ele afirmou também que não há posição sobre eventual poder de veto para os novos membros permanentes do CS. "Mas vamos nos opor a qualquer resolução que viole prerrogativas dos atuais membros permanentes."
Enquanto a nova postura foi bem-recebida na sede da ONU, em Nova York, um assessor do poderoso senador oposicionista Jesse Helms, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA, disse que ela era "problemática" e que qualquer idéia de poder de veto aos novos membros seria um "entrave".
Os EUA apoiavam vagas permanentes para Japão e Alemanha, que contribuem com 15,7% e 9,1% do orçamento do organismo, respectivamente. Os EUA são responsáveis por 25%.
Bill Richardson, o embaixador norte-americano na ONU, anunciou a nova posição durante uma reunião do grupo de trabalho que discute a expansão do conselho.
A maior polêmica é sobre o poder de veto. Alemanha e Japão o exigem, e, numa reunião dos países não-alinhados este ano, foi decidido que qualquer país do Terceiro Mundo que vier a integrar o CS também deve ter esse direito.
Há ainda dois pontos em aberto: o tamanho final do novo CS e se (e quantos) novos membros não-permanentes devem existir.
Também não está definido como serão divididas as novas vagas: se serão indicados os países ou se criarão cadeiras para regiões, com revezamento dos ocupantes.
Qualquer decisão ainda está longe de ser tomada. Um esboço da proposta deve ser adotado no segundo semestre pela Assembléia Geral (que reúne todos os 185 países-membros).
Uma decisão tem de ser aprovada por maioria de dois terços da Assembléia, incluindo os atuais membros permanentes do CS.

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