São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Conclusão incorreta; Esclarecimento; Acidente da TAM; Dois pesos; Velha tática

Conclusão incorreta
"O artigo de Celso Pinto publicado na Folha e no 'Jornal do Brasil' em 13/7, 'Brasil fica mais vulnerável', não reflete corretamente minha visão ou a do J.P. Morgan a respeito dos possíveis impactos dos eventos recentes na Ásia sobre a economia brasileira.
A utilização de dados e projeções isoladas dos relatórios do J.P. Morgan, fora do contexto de análise em que se inserem, induz o leitor à conclusão -incorreta- de que, pela nossa análise, o Brasil encontra-se em situação semelhante àquela de outros países citados pelo seu artigo, como República Tcheca, Tailândia, Filipinas e Indonésia.
Isso absolutamente não é a nossa opinião, como fica claro nos textos que acompanham os dados e projeções em nossos relatórios.
Nossa visão a respeito dos eventos recentes na Ásia é a seguinte: o déficit em conta corrente é apenas uma entre muitas variáveis a serem consideradas para avaliar as contas externas de um país, e a complexidade e diferenças das situações na Ásia e no Brasil não permitem conclusões simplistas.
Ao avaliar possíveis impactos dos eventos na Ásia sobre o Brasil, é preciso levar em consideração os seguintes fatores:
a) o déficit em conta corrente, embora significativo (4,2% do PIB nos 12 meses que terminam em junho deste ano), encontra-se em níveis administráveis pela combinação de políticas monetárias, cambiais e fiscais;
b) os investimentos diretos substanciais (US$ 7,4 bilhões no primeiro semestre deste ano) são um elemento saudável e importante do financiamento externo;
c) o processo de privatização (em setores como telecomunicações, energia elétrica e outros) é um fator chave na atração de recursos externos;
d) o nível elevado de reservas (US$ 57,6 bilhões em junho deste ano) propicia uma margem substancial para gerenciar as contas externas.
É evidente que turbulências cambiais em mercados internacionais potencialmente podem afetar fluxos de capitais e políticas cambiais.
No caso do Brasil, esse fator isoladamente não implica mudanças cambiais abruptas dado os fatores mencionados acima."
Marcelo Carvalho, economista do J.P. Morgan (São Paulo, SP)

Resposta do colunista Celso Pinto - É inteiramente ridículo o sr. Carvalho afirmar que o artigo citado "não reflete corretamente minha visão ou a do J.P. Morgan". O artigo citou informações do Morgan de duas formas distintas. Usou dados compilados pelo banco, a partir dos quais foram feitas algumas observações. Isso está claríssimo no texto que, ao contrário do que insinua o sr. Carvalho, não induz o leitor a nenhuma conclusão incorreta. Além disso, cita algumas opiniões do sr. Carvalho que são rigorosamente as mesmas que ele repete na sua carta.

Esclarecimento
"Sobre nota publicada no 'Painel' de 13/7: gostaria de afirmar categoricamente que não vendo pedras ao governo federal, a nenhum governo estadual e a nenhum governo municipal.
Tenho mais de 500 clientes, principalmente pequenas casas de material de construção.
Especificamente ao DNER, citado na nota, nunca vendi e nem vendo pedras, mesmo por meio de construtoras ou terceiros.
A credibilidade política do meu nome é mais importante que qualquer negócio comercial."
Jurandyr Paixão, deputado federal pelo PMDB-SP (Brasília, DF)

Acidente da TAM
"Primeiro com os Mamonas e agora com a TAM, Barbara Gancia se consolida como uma das mais corajosas (ao remar contra a corrente) e mais bem informadas pessoas da imprensa no que se refere ao transporte aéreo.
Para complementar seu texto de 9/7, 'Empresa do ano tem segurança insatisfatória', acrescentaria que, além de 'horas extras', as sistemáticas denúncias recebidas pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas em relação à TAM e também à Vasp dão conta de que os seus pilotos são obrigados a exceder os limites de jornada de trabalho e máximos mensais estabelecidos na Lei de Regulamentação Profissional (lei 7.163/84).
Mais do que uma proteção corporativa, a Regulamentação Profissional dos Aeronautas é um seguro ao usuário de que o piloto no comando do seu vôo esteja adequadamente descansado.
Obrigado, Barbara, por ser a amiga na imprensa dos pilotos brasileiros."
Pedro Goldenstein, secretário-geral da Associação de Pilotos da Varig (São Paulo, SP)
*
"Após ter lido duas vezes o artigo de Barbara Gancia de 9/7 não consigo entender ou aceitar a dose de maldade e de heresias atiradas contra a TAM.
Tudo indica que a colunista nutre uma espécie de mágoa muito intensa em relação à TAM ou, talvez, um interesse enorme na desmoralização da empresa.
Sou piloto privado, tenho registradas mais de 4.500 horas de vôo; portanto meu interesse pela aviação não é de simples curioso.
A TAM sempre primou em seu campo de trabalho. Seu êxito é fruto de dedicação ao trabalho e busca de eficiência. Essa empresa cresceu onde alguns pereceram.
Repudio, por patriotismo, a pretensão de desmoralizar o que é nosso e, principalmente, o que é bom."
Athos Patti Maia (São Paulo, SP)

Dois pesos
"Peço à Folha que escreva alguma coisa em defesa de Mike Tyson.
Afinal, o júri armado só pensou em punir o campeão pelas mordidas aplicadas no Holyfield. Ninguém pensou nas cabeçadas recebidas por Mike Tyson.
Se o Tyson deve ser punido, o Holyfield também."
Lourival Merussi (São Paulo, SP)

Velha tática
"Em seu artigo em 15/7, o sr. André Lara Resende não foge à regra, escafedendo-se com pretensa superioridade!
Em vez de contra-argumentar prefere a tática comum de desqualificar o adversário.
Francamente, esperava mais do sr. André!"
Dorinato Gomes de Lima (Santos, SP)

Texto Anterior: O tigre, o susto e a bola da vez
Próximo Texto: ERRAMOS
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.