São Paulo, sábado, 19 de julho de 1997
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Adesão cai com o anúncio de punições

DA AGÊNCIA FOLHA, EM JOÃO PESSOA

O movimento grevista dos PMs (Policiais Militares) da Paraíba foi esvaziado ontem, depois que o governo estadual anunciou punições para quem não retornar ao trabalho.
Um grupo de 200 PMs permanecia acampado no começo da noite de ontem na praça João Pessoa, em frente ao Palácio da Redenção (sede do governo estadual), protegido por tropas do Exército.
A greve dos PMs por melhores salários começou na última segunda-feira.
A proposta do governo de reajustar os salários em R$ 130 também contribuiu para o esvaziamento.
A proposta foi aceita na quarta-feira à noite pelos líderes do movimento, mas rejeitada pela base, que radicalizou e, anteontem, chegou a reunir cerca de 1.500 PMs na praça.
Pela proposta, os soldados, que recebem R$ 170, passarão a receber R$ 300, a partir de agosto. O grupo que permanece acampado na praça quer salário em torno de R$ 380.
O governo anunciou que vai demitir grevistas, fazer concurso para preenchimento das vagas, cortar o ponto dos faltosos e punir com prisão e expulsão os policiais mais radicais.
Um IPM (Inquérito Policial Militar) foi instaurado pelo comando da PM para investigar a participação dos policiais na greve.
Ontem, o líder dos PMs acampados, Denis Soares, tentou, sem sucesso, conseguir a intermediação do Tribunal de Justiça e da Arquidiocese de João Pessoa junto ao governo estadual, na tentativa de reabrir negociações.
Nos seis batalhões da PM, segundo a assessoria de imprensa do governo, a situação era quase normal ontem.
Os professores e funcionários da rede estadual de ensino, que anteontem uniram-se aos policiais na praça, continuam em greve por tempo indeterminado.
Eles querem reajuste que varia de R$ 200 a R$ 600. Hoje, os salários da categoria não ultrapassam R$ 200, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Paraíba.
Na cidade de Guarabira (90 km de João Pessoa), a redução na segurança no presídio local motivou uma tentativa de fuga na quarta-feira à noite, que acabou sendo frustrada pelo pelotão de choque da PM. Revoltados, 14 presidiários iniciaram um motim. Eles promoveram quebra-quebra, atearam fogo nos colchões e tentaram matar um colega de cela.

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