São Paulo, sábado, 19 de julho de 1997
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Autor de denúncia vai à Justiça para recuperar cargo de diretor

Diretor aponta irregularidades em entidade sindical

DA REPORTAGEM LOCAL

O jornalista Igor Fuser entrou ontem com medida cautelar na Justiça para suspender seu afastamento do cargo de secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo.
Fuser é autor de documento em que aponta esquema de nepotismo e benefícios pessoais e empresariais na entidade. Foi suspenso por decisão de 5 dos 9 membros da Executiva do sindicato.
Fuser questiona a contratação de duas empresas do ex-diretor Eduardo Ribeiro. Em uma delas, a Puente, trabalham duas filhas do atual diretor Amilton Vieira.
Entre abril de 96 e julho de 97, a Puente ganhou R$ 212,8 mil (faturamento bruto) com os serviços prestados ao sindicato. Outra empresa, a M&A, ganhou R$ 28,6 mil entre o final de 95 e início de 97.
Na medida cautelar, Fuser alega que o artigo 5º do estatuto do sindicato define que punição como a adotada contra ele só pode ser tomada pela diretoria plena da entidade, formada por 62 membros, ou por assembléia da categoria.
Nota assinada por oito diretores -quatro da Executiva - chama de "ilegítima" a decisão de afastar Fuser. "Repudiamos categoricamente punições políticas e práticas golpistas", afirma. Foi convocada assembléia para discutir o assunto.
A nota diz que a punição "só pode ser entendida como um bloqueio à apuração das questões levantadas". Everaldo Gouveia, presidente do sindicato, não foi encontrado ontem pela Folha.
O sindicato divulgou seu boletim "Mural" negando as acusações. "Onda de denuncismo chega ao sindicato", diz. A Puente e a M&A também distribuíram comunicados negando as irregularidades.

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