São Paulo, sábado, 19 de julho de 1997
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Juros e dólar permanecem estáveis

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os juros e o dólar mantiveram ontem distância da agitação que continua a marcar as Bolsas de Valores. O dólar chegou a registrar pequena queda.
O mercado de ações ainda não encontrou seu novo equilíbrio, depois do nervosismo detonado pela crise dos países asiáticos.
Mas o que tranquiliza o mercado é justamente o fato da agitação estar restrita às Bolsas, ainda que, na terça-feira, primeiro dia de queda mais forte das ações, isso tenha contaminado os mercados futuros de dólar e de juros, da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros).
Ontem, no início do dia, o segmento futuro de juros ensaiou uma alta, mas que foi esvaziada ao longo do dia. No fechamento, as taxas voltaram ao nível de quinta.
Já o segmento de dólar futuro operou praticamente estável o dia todo, com pequeno recuo das cotações para os vencimentos mais distantes, como o de outubro, que caiu 0,03%.
Segundo operadores, a tranquilidade do mercado de dólar se deve à boa oferta de moeda norte-americana, que cresceu depois que o governo decidiu flexibilizar a aplicação dos recursos que entram no país via Resolução 63.
Esse norma regula a entrada de dinheiro no país que será repassado para empréstimos. Agora os bancos podem aplicar esses recursos em NTNs cambiais, títulos do governo com proteção cambial, até que o empréstimo seja feito.
Essa oferta de dólar no mercado brasileiro tem obrigado o governo a realizar leilões de compra, já que as cotações têm caído abaixo do piso da minibanda, faixa em que o dólar pode oscilar livremente.
Pessoas físicas
Segundo analistas do mercado, o fluxo de entrada de recursos nas Bolsas via fundos de renda variável deve voltar a crescer nos próximos dias. Não deve, no entanto, voltar no ritmo anterior ao da crise na Ásia, ao menos não tão cedo.
Luís Eduardo de Assis, diretor do Citibank, considera que a forte oscilação dos últimos dias deixará o pequeno investidor mais cauteloso. Para ele, no entanto, a alta de 8,8% da quarta-feira teve um efeito que pode ser considerado positivo.
"As pessoas começaram a perceber que as Bolsas são assim. Do mesmo jeito que caíram, elas voltaram um dia depois", avalia.

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