São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 1997
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Oposição vai retomar impeachment dia 4

VANDECK SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

A luta pelo impeachment do governador licenciado Divaldo Suruagy (PMDB) e do seu substituto, Manoel Gomes de Barros (PTB), recomeçará em 4 de agosto, com o fim do recesso da Assembléia Legislativa, iniciado sexta-feira.
O processo iria ser analisado na véspera, mas foi suspenso depois que Suruagy apresentou pedido de licença por seis meses.
Suruagy é acusado de ter utilizado irregularmente R$ 301,6 milhões, obtidos com a venda dos títulos públicos do Estado. O dinheiro deveria ter sido empregado exclusivamente no pagamento de precatórios (dívidas judiciais).
O governador licenciado afirma que, diante "das dificuldades enfrentadas pelo Estado", teve de usar o dinheiro para pagar outras dívidas de Alagoas.
Mobilização
Sindicalistas e políticos de oposição querem evitar que a luta pelo impeachment cesse por causa da saída temporária de Suruagy.
Os líderes da greve geral do Estado prometem manter até 4 de agosto "um clima de mobilização favorável ao impeachment".
Para a prefeita de Maceió, Kátia Born (PSB), só a "a mobilização constante" poderá reverter o "quadro desfavorável" na Assembléia, na qual, dos 27 parlamentares, 7 votam com a oposição.
"Ninguém briga com o povo, principalmente com o povo armado", disse um dos oposicionistas, deputado João Caldas (PMN), referindo-se à participação da PM e da Polícia Civil no movimento.
Na próxima terça-feira, o comando da greve geral do Estado fará uma assembléia na sede da Prefeitura de Maceió, para definir "as novas mobilizações".
"Temos que promover passeata, ocupar as ruas", disse Kátia Born.
Para sindicalistas e políticos de oposição, a substituição do governador não pode ser "a última etapa". "Tem que mudar tudo. Do jeito que está, Suruagy vai governar com seis mãos: as dele, as do novo governador e as do presidente da Assembléia, João Neto (PSDB), já que são todos do mesmo grupo político", disse o deputado Caldas.

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