São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 1997
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Governador diz que Suruagy não volta

ARI CIPOLA; VANDECK SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

O governador interino de Alagoas, Manoel Gomes de Barros (PTB), afirmou ontem que Divaldo Suruagy (PMDB), que se licenciou do cargo na última quinta-feira depois de uma revolta popular, não volta mais ao governo.
A licença de Suruagy foi fixada em 180 dias por decreto legislativo aprovado por unanimidade de votos na Assembléia Legislativa.
Os deputados estavam sitiados e ameaçados de morte por 15 mil manifestantes, a maioria policiais civis e militares.
"O Suruagy não tem nenhuma vontade de voltar para o cargo. Depois dos seis meses de licença, ele (Suruagy) vai ser candidato a deputado federal", disse Barros.
Bastante descontraído e prometendo fazer um "governo empresarial", Barros afirmou que não pretende se candidatar a nada nas próximas eleições.
"Vou ficar um ano e meio no cargo para arrumar a casa; deixar o Estado em condições para o próximo governador", afirmou.
O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) também disse que Suruagy não retorna para o cargo.
Impeachment
O pedido de impeachment de Suruagy e de Gomes de Barros voltará a ser discutido em 4 de agosto, com o fim do recesso da Assembléia, iniciado sexta-feira.
O processo iria ser analisado na véspera, mas foi suspenso depois que Suruagy apresentou pedido de licença por seis meses.
Suruagy é acusado de ter utilizado irregularmente R$ 301,6 milhões obtidos com a venda de títulos públicos do Estado. O dinheiro deveria ter sido empregado exclusivamente no pagamento de precatórios (dívidas judiciais).
O governador licenciado afirma que, diante "das dificuldades enfrentadas pelo Estado", teve de usar o dinheiro para pagar outras dívidas de Alagoas.
Sindicalistas e políticos de oposição querem evitar que o processo de impeachment se esvazie por causa da licença de Suruagy.
Os líderes da greve geral do Estado prometem manter até 4 de agosto "um clima de mobilização favorável ao impeachment".
(ARI CIPOLA e VANDECK SANTIAGO)

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