São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 1997
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FHC participa de festa dos 100 anos da ABL

DA SUCURSAL DO RIO; DO ENVIADO ESPECIAL

Trinta e dois dos 37 membros da ABL (Academia Brasileira de Letras) receberam ontem o presidente Fernando Henrique Cardoso na sessão solene que comemorou o centenário da instituição.
FHC chegou ao prédio da academia, no centro do Rio, às 19h47, dois minutos depois do horário previsto.
Na entrada do prédio, foi recebido por um comitê formado pela presidente da instituição, Nélida Piñon, pelos acadêmicos Antonio Houaiss, Arnaldo Niskier, Miguel Reale, José Sarney, Roberto Marinho e pelo ex-presidente de Portugal Mário Soares.
O mais velho dos acadêmicos, o jornalista Barbosa Lima Sobrinho, 100, não compareceu à solenidade. Como o mais antigo membro da ABL, a ele caberia receber o presidente da República.
Nos últimos meses, o jornalista tem divergido de Fernando Henrique, principalmente por conta do programa de privatizações.
Pela manhã, Barbosa Lima Sobrinho havia comparecido à missa solene celebrada no Mosteiro de São Bento (centro da cidade) pelo cardeal-primaz do Brasil, d. Lucas Moreira Neves, também da ABL.
"Ele já foi à missa, não havia necessidade de ir à solenidade", disse ontem à noite à Folha Maria José, mulher do acadêmico.
Ariano Suassuna, Aurélio de Lyra Tavares, Herberto Sales e João Cabral de Melo Neto, também membros da ABL, não compareceram à cerimônia.
Se faltaram alguns acadêmicos, não faltaram políticos e autoridades: os ministros Sérgio Motta, Paulo Renato Souza, Francisco Weffort, Carlos Albuquerque e Luiz Felipe Lampreia estiveram presentes.
Também compareceram à solenidade o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães; o governador do Rio, Marcello Alencar e o primeiro-ministro de Portugal, António Guterres.
Em seu discurso, Fernando Henrique elogiou a atuação da ABL nestes cem anos, classificando a academia como uma das instituições nacionais "consagradas ao alargamento da cultura e à preservação do idioma".
"Cada passo que dermos para a melhora das condições de ensino do português às nossas crianças será, além de tudo, um passo dado na direção de maior justiça e equidade", afirmou.
A presidente da ABL, Nélida Piñon, ressaltou que a instituição "engendra seu enredo em consonância com o Brasil" e "não perde de vista existir, fora de suas paredes, um país a cobrar-lhe providências culturais, o rastreamento de seus traços civilizadores".
Motta, ao chegar à ABL, foi recebido com um abraço pelo senador José Sarney. "Você fica bonito com essa roupa", disse o ministro.

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