São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 1997
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Estudo analisa erro de ortografia

DA REPORTAGEM LOCAL

Os erros de ortografia cometidos por crianças em alfabetização resultam de dificuldades inerentes ao processo de aprendizagem e não são um indício de distúrbio.
Essa é a principal constatação da tese de doutorado do fonoaudiólogo e professor da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) Jaime Luiz Zorzi, 46.
Na tese "A Apropriação do Sistema Ortográfico nas Quatro Primeiras Séries do 1º Grau", apresentada à Faculdade de Educação da Unicamp, ele analisou os erros produzidos por 520 crianças de 7 a 10 anos, alunas da 1ª à 4ª série de cinco escolas particulares de São Paulo, e dividiu-os em dez grupos.
O grupo de erros mais frequente ocorreu na ortografia de palavras que têm sons que podem ser representados por mais de um tipo de letra, como "g" e "j".
O segundo grupo de erros encontrado tem como causa a tendência das crianças que estão em processo de aprendizagem de escrever da forma como falam.
"A criança toma como referência a linguagem oral e a transpõe para a escrita", explica Zorzi.
As omissões de letras em palavras de maior complexidade silábica formam o terceiro grupo de erros identificado na tese.
O pesquisador constatou que todas as crianças produzem erros e que sua ocorrência tende a diminuir nas quatro primeiras séries do 1º grau, denotando a apropriação progressiva da ortografia.
"A maior parte dos erros observados resulta de dificuldades inerentes ao processo de aprendizagem, sendo comuns à maioria das crianças", escreve o pesquisador.
Segundo ele, apesar de atualmente os erros estarem sendo vistos como parte do processo de aprendizagem, ainda existe uma forte tendência de ver nos erros um indício de distúrbio.

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