São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 1997
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Engenheiros voltam

AUGUSTO PINHEIRO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Os Engenheiros do Hawaii estão de volta. O novo CD, que pode se chamar "Dez" (por ser o décimo da banda) ou "Minuano" (vento comum no Sul, referência à sonoridade gaúcha do disco), está em fase de finalização e deve ser lançado em setembro. Da formação original, apenas Humberto Gessinger, 33, vocalista. Os novos engenheiros são Luciano Granja (guitarra), Adau Fonseca (bateria), ambos remanescentes do Humberto Gessinger Trio, e o pianista Lucio Dorfman. Todos gaúchos.
Em entrevista à Folha, por telefone do Rio, Humberto fala do CD, da decisão de voltar como Engenheiros e revela um exclusivo faixa a faixa.

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Folha - O CD traz vários tipos de som: música eletrônica, orquestrações, rock progressivo...
Humberto Gessinger - Quando eu falo parece superdiverso. Mas quem ouvir vai achar tudo super Engenheiros. Nem tento fugir disso. Como estou próximo do trabalho, vejo essa diferença. Mas acho que todas são Engenheiros, a voz, a densidade, a palavra. Não chega a ser um disco com uma proposta de diversidade tão ampla. Há essas pinceladas em cada música, mas a coisa autoral minha dá unidade. Mesmo a música que não é minha, "Alucinação", do Belchior, parece com as que eu faço.
Folha - Há diferenças em relação aos discos da formação original?
Humberto - Principalmente o fato de não ser trio, o que te deixa mais livre. A gente sempre compôs na formação dos Engenheiros, e mesmo no Gessinger Trio havia a limitação. Arranjos eram sacrificados, sonoridades. Agora o que a canção exigir a gente faz. Então, há bandônion em uma música, o lado gaúcho fica mais explícito.
Folha - Rola um clima de banda ou é Humberto e os outros?
Humberto - Só o tempo vai fazer virar uma banda. Não é por decreto. Eu espero que dure para sempre. Você espera isso de todas as formações. Mas a música é meio madrasta, às vezes não deixa que a coisa siga. Espero que siga, pois está sendo legal tocar com eles.
Folha - Como veio a decisão de usar de novo o nome Engenheiros?
Humberto - Foi inevitável. Na estrada, a gente sacou isso. Este ano não consegui que fosse o Gessinger Trio porque eu tocava nos lugares e a divulgação era Engenheiros. Nunca quis fazer uma ruptura com o som do Engenheiros. Era difícil dissociar. No fim da turnê, já estava embaralhado, e isso fez com que a gente tomasse a decisão. É Engenheiros, vamos assumir, deixar de ser criança.

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